Dizem os registos, consentem os meus pais, Daniel e Encarnação, e eu próprio, que terei nascido, como homem para viver no Planeta Terra, em 1947, na Beira Alta, mais precisamente em Viseu (no Casal, mesmo ao descer em direcção a S. Pedro do Sul).
Sem dúvida que a nossa ligação com a Natureza não pode ser mais íntima. Nós, humanos, somos uma parte da Natureza, será esta parte quantificável? A Natureza é o princípio (?) e o fim (?)de todas as coisas... tangíveis e intangíveis!?. Todas as coisas... finitas, infinitas?!...
Escrevia Torga, com data de 20 de Novembro de 1947:
"(...) A natureza não se pode negar em si mesma, e é circular. Começa sempre onde acaba."
Prosseguindo o seu Diário, naquela data, em Coimbra:
"Por lhe ter receitado inalações de flor de tília, o homem cuidou que eu atraiçoava o progresso. E conversámos longamente. Mas quanto mais ele complicava os seus raciocínios, mais eu simplificava os meus.
- E as sulfamidas, a penicilina, a estreptomicina? As aquisições técnicas, numa palavra? Antigamente andava-se de burro; hoje anda-se de avião...Estou a ver que o senhor é um grande idealista!
- Talvez - respondi a rematar a conversa. - Mas já reparou que é tal a necessidade que o homem tem de não perder o pé nos próprios delírios, que mede a força dos motores em cavalos? As sulfamidas, claro. A estreptomicina, claríssimo. Mas, para si, agora, nada disso interessa. O aconselhável, cientificamente, são flores de tília..."
Talvez um tanto teluricamente, fotografei, nos últimos dias, um pôr-do-sol do alto do lugar da Cumeira, freguesia da Barreira - Leiria e as folhas e os botões das próximas flores da grande tília do Adro da Sé de Leiria, aqui mesmo no "meu" Largo da Sé. Para sempre, uma das referências importantes da minha vida!...
Palavra de honra, quando fotografei este pôr-do-sol, pensei em Torga e nas suas fragas do Marão...E nas suas deambulações por Leiria, 1939 a 1941...
Entretanto, já cá ando nesta vida, descontente, umas vezes, outras feliz e contente, há mais de meio século e uma década!...
Entretanto, já cá ando nesta vida, descontente, umas vezes, outras feliz e contente, há mais de meio século e uma década!...
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