Desde sempre me habituei a ouvir a minha mãe falar da sua Terra. A suas memórias, como que em sonhos, a ser as minhas memórias! Eu “via” o Monte Brasil, o Porto de Pipas, a baía de Angra. Eu “via” o Relvão e o Castelinho. Eu subia, com a minha mãe, as escadarias do Jardim do Duque da Terceira, até à Memória. Eu “brincava” com ela no coreto…
Eu “ia” com ela às touradas na praça de camarotes de madeira (lá para os lados da Madre de Deus), que voavam em dias de temporal…Eu “viajava” com ela até ao Raminho, terra dos seus queridos avós. Eu habituei-me a amá-los como ela os amava. Eu conheci-os, sem os conhecer: o avô José Garcia, alto e magrinho, sempre de calças pretas ou castanhas, camisa branca e colete; a fazer os seus cigarritos com o tabaco por ele cultivado. Cigarros que acendia com pedra de ferir lume e fumava continuamente; a avó Maria Cândida, baixinha e gorda, a cheirar o rapé que guardava em bocetas, algumas feitas de “castanhas do mar”…Eu “vivi” com ela as festas do Senhor Espírito Santo.
E ao fim de 61 anos pisei a terra da minha mãe! E não sou capaz de explicar o que senti! As minhas “memórias de sonho” tornaram-se realidade! E agora compreendo as saudades da minha mãe. Porque são as minhas saudades.
Como desejo voltar a ver-te, a sentir-te, Terceira, minha Terra, Ilha de encantos!...
Zaida
Eu “ia” com ela às touradas na praça de camarotes de madeira (lá para os lados da Madre de Deus), que voavam em dias de temporal…Eu “viajava” com ela até ao Raminho, terra dos seus queridos avós. Eu habituei-me a amá-los como ela os amava. Eu conheci-os, sem os conhecer: o avô José Garcia, alto e magrinho, sempre de calças pretas ou castanhas, camisa branca e colete; a fazer os seus cigarritos com o tabaco por ele cultivado. Cigarros que acendia com pedra de ferir lume e fumava continuamente; a avó Maria Cândida, baixinha e gorda, a cheirar o rapé que guardava em bocetas, algumas feitas de “castanhas do mar”…Eu “vivi” com ela as festas do Senhor Espírito Santo.
E ao fim de 61 anos pisei a terra da minha mãe! E não sou capaz de explicar o que senti! As minhas “memórias de sonho” tornaram-se realidade! E agora compreendo as saudades da minha mãe. Porque são as minhas saudades.
Como desejo voltar a ver-te, a sentir-te, Terceira, minha Terra, Ilha de encantos!...
Zaida
6 comments:
Aproveito o ensejo desta crónica da Zaida, sentida como se percebe pela sua leitura, percebida à minúcia pelos Terceirenses, os mais novos e, nalgumas referências, os mais idosos, para informar os meus estimados e queridos amigos, que aqui vão colocando os seus comentários, que, a partir desta data, este blogue irá ter a sua participação activa.
Passará a fazer parte da equipa redactorial!
Aliás, já não é só de agora que a Zaida tem dado o seu contributo entusiástico. O Blogue vai sair muito enriquecido, podem crer!
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Outros links para blogues da Zaida:
http://gatimanhos.blogspot.com
(Para quem gostar de gatos...e outros animais, a Natureza enfim!)
http://aavozaida.blogspot.com
Um grande abraço.
António.
muitos parabéns à zaida por este lindo texto que me emocionou quase até às lágrimas, apesar de eu não ser muito emotivo.
Quem pode não se sentir encantado ,cativado, por esta terra ?
A sua história, tradições, belezas naturais, gatronomia, e as suas gentes... são factores que decerto devem marcar quem nos visita.
abraços
www.ideiaseideais.blogs.sapo.pt
Não haja dúvida que os Açores deixam, a quem os visita, uma enorme vontade de voltar, de tal forma marcam quem os visita.
Eu também gosto de voltar uma segunda vez aos locais que visito, pois, à segunda, vê-se pormenores que sempre escapam numa primeira observação.
Um abraço.
Linda homenagem. Texto lindissimo e que homenageia uma terra que te está no coração. Foi preciso 61 anos para sentir a terra que faz parte do teu sangue. Compreendo essa emoção António e prevejo no texto o que sentes.Um grande abraço
Agostinho
Não foi o António que escreveu este texto. Foi a minha modesta pessoa - a Zaida, mulher do António. Eu é que, com muito orgulho, tenho sangue açoreano.
Um abraço
Zaida
Já uma pessoa não pode fazer um brilharete...ainda que imerecido, temos que convir.
É justo!
António
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