Tal como o prometido no post anterior, aqui fica a minha foto à la minute, encaixilhada como se tivesse sido entrevistado pela RTP de antigamente.
E então não é que vem mesmo a propósito, agora que se estão a comemorar os 50 anos das primeiras emissões de televisão em Portugal? Que também eram a preto e branco, tinha eu 10 anos de idade. Bem me lembro do assombro com que vimos os primeiros bonecos na Televisão. Aquilo era um corropio para os cafés das redondezas. Despesa obrigatória que o espectáculo não podia ser de borla. O Televisor era caríssimo!
E aqueles célebres e frequentes "interlúdios musicais" para ocupar o tempo enquanto os técnicos estariam a tentar restabelecer a emissão: "A emissão segue dentro de momentos"...
O José Gomes, de 23 anos, ficou meu amigo. Conversámos bastante, no dia da fotografia. Hoje, dia 6, voltámos a encontrarmo-nos, estava ele a refugiar-se da chuva, ia eu para o elevador do Edifício do Paço (o da Zara como é conhecido popularmente). Lá voltámos ao assunto daquelas máquinas à la minute, centenárias, construídas pela Kodak e pela Compur (aquilo parece que era tudo do mesmo grupo), as lentes Schneider ou Volte Cander, também Carl Zeiss. Os aspectos técnicos da lente desta máquina confirmam-se, 135 mm, abertura normal 3.4, mas a família tem em stock várias outras lentes conforme os trabalhos a realizar.
Ofereceu-me um jornal "Diário de Leiria", desta data, que traz lá, a pág. 4, uma reportagem tipo "Foto do Dia" em que incluem uma foto do pai, Alberto Gomes, noutra zona de Leiria, com outro equipamento completo, autênticos laboratórios fotográficos ambulantes, mas genuinamente "à la minute". Pelos vistos, acabam por ocupar, o José, o pai e a mãe, todo o seu tempo a percorrer o País de lés a lés a tirar retratos nas mais diversas situações, assim mesmo, na via pública, a maioria das vezes. Mas estão disponíveis para aceder a acções de demonstrações até para efeitos didácticos. É que ali é tudo à antiga, como mandavam os cânones dos primórdios da fotografia.
Já foram várias vezes às Televisões e entrevistas para os jornais já contabilizam muitas.
Ah, e estão colectados, garantiu-me, por via de algumas dúvidas da concorrência dos das "Polaroid", que não tem nada de arte, como me confidenciou. Eu concordo. Arte a apoiar é esta da fotografia "à la minute". E fiquei com a sensação, para não dizer a certeza, que não é arte que se aprenda do pé para a mão. A desta família já vem de várias gerações!...
Ah, e estão colectados, garantiu-me, por via de algumas dúvidas da concorrência dos das "Polaroid", que não tem nada de arte, como me confidenciou. Eu concordo. Arte a apoiar é esta da fotografia "à la minute". E fiquei com a sensação, para não dizer a certeza, que não é arte que se aprenda do pé para a mão. A desta família já vem de várias gerações!...
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4 comments:
Não sabia que ainda havia fotógrafos à la minute!!! Lembro-me muito bem deles. Apareciam em todo o lado: parques, feiras, jardins e o que se riam aquelas pessoas que nunca tinham tirado um retrato! O meu Pai tinha uma máquina parecida com essa que mostras, Não sei é descrever as suas características técnicas.
Aproveito para agradecer a visita ao meu blog. Tens razão: nunca há tempo para fazermos tudo o que quereríamos, entre elas reler o Eugénio de Andrade.
Viva!
Curioso. As imagens e o post fizeram-me lembrar os fotógrafos à la minute que havia na Figueira da Foz quando era criança. Os últimos que vi foi no Bom Jesus em Braga, não deixa de ser bom exaltar a memória de criança revendo as suas fotos.
Quanto ao Zeca - o que desde já agradeço os seus comentários - independentemente de considerações de carácter politico, é um nome grande da música popular (e interventiva) portuguesa, quanto a mim o maior. Não passa na rádio, como na rádio quase não passa música portuguesa e outros nomes grandes há que são remetidos ao silêncio do eter. Lembro-me de um grande músico (também poeta, escritor e pintor, além de pedagogo) que se chama: PEDRO BARROSO. Vale a pena vê-lo ou não sendo possível ouvi-lo.
Um fraterno abraço
delicioso...
também lem bro as primeiras emissões datv e recordo que mesmo mais crescida o meu Pai só nos deixava ver televisão duas vezes por semana e no máximo até às dez horas, embora pudéssemos escolher quais os dias da semana que eram negociados. E quer eu quer a minha irmã éramos boas alunas , mas ele era irredutivel ...
talvez fizesse bem a certos meninos de agora, não ver tanta televisão, não passar tantas horas em jogos de computador e consolas e aplicarem-se mais noutros temas !
Um abraço
Muito bem, um jovem com vontade de continuar uma tradicao, que eu nas minhas cinco dezenas de anos, me lembro muito bem.
Sabe, voce ficou muito bem, enquadrado nessa televisao do tempo do preto e branco.
Parabens a esse jovem ao meu amigo e tambem a RTP, pelos 50 anos.
Um abraco d'Algodres.
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