A Biblioteca Municipal de Alcanena e o Elos Clube de Alcanena levaram a efeito, no passado Sábado, mais um Encontro de Poetas. Desta feita dedicado a José Gomes Ferreira.
Mais uma vez fomos convidados, Soares Duarte e Luísa, eu e a Zaida.
Temos que convir que José Gomes Ferreira não é propriamente um autor literário fácil. No entanto, estas sessões em Alcanena têm-se vindo a revelar extremamente interessantes e de muita utilidade para rever a vida e obra dos mais variados autores representativos de épocas e correntes artísticas de todos os estilos e de todas as épocas.
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José Gomes Ferreira foi um representante do artista social e politicamente empenhado, nas suas reacções e revoltas face aos problemas e injustiças do mundo. Mas a sua poética acusa influências tão variadas quanto a do empenhamento neo-realista(1), o visionarismo surrealista(2) ou o saudosismo(3), numa dialéctica constante entre a irrealidade e a realidade, entre as suas tendências individualistas e a necessidade de partilhar o sofrimento dos outros. a)
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Já na parte final da sessão, a tarde ia já longa, a Zaida e a Luísa disseram os poemas XLI, XLII, XLIII, e XLIV (Café, in Poesia, III), que constam da Antologia de Natália Correia, "O Surrealismo na Poesia Portuguesa", Ed. frenesi, 2002.
Trancreve-se parcialmente:
XLI
(Olho para o espelho em frente)
A invenção dos espelhos
coincidiu com o nascimento dos corais
e a queda do perfil dum jasmim no rio
que as mulheres se apressaram a gelar
- para o romance dos olhos verdicais.
-1), 2) e 3) - para quem interessar: consultar wikipédia.org/wiki/surrealismo (ou neorrealismo ou saudosismo) para melhor se perceber as marcas distintivas de cada um destes movimentos artísticos;
a) Conforme brochura de 16 páginas, organizada e oferecida pela Biblioteca Municipal e o Elos Clube de Alcanena.
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