Thursday, March 22, 2007

Dia mundial da Água - Centenário de Miguel Torga

Leiria, 10 de Abril de 1940

Visita

Fui ver o mar.
Homem de pólo a pólo, vou
De vez em quando olhá-lo, enraizar
Em água este Marão que sou.

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Da penedia triste
Pus-me a olhar aquele fundo
Dentro do qual existe
O coração do mundo.

E vi, horas a fio,
A sua angústia ser
Uma espécie de rio
Que não sabe correr.

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Comemora-se precisamente hoje o Centenário do Nascimento do grande Miguel Torga. Em Coimbra vai ser instalado uma Casa-Museu, na casa onde residiu enquanto médico a exercer nesta cidade, que vai acolher uma parte importante do seu espólio pessoal, doado por sua filha.

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Eu andava com ideias de inserir uma nota neste blogue alusiva ao facto de hoje se estar a comemorar o Dia Mundial da Água. Tenho, inclusivamente, uma significativa reportagem fotográfica(*) sobre a zona requalificada recentemente, da ponte dos Caniços, em Leiria. Aliás, nessa zona está também a ser recuperado, no âmbito do Programa Polis, o primeiro Moínho de Papel que existiu em Portugal. A sua inauguração está prevista para dentro de alguns meses. A propósito, estive presente, na passada Sexta-Feira, nas instalações do antigo Banco de Portugal, na sessão de abertura da exposição "Água com Humor" - úma boa síntese do V PortoCartoon, que recebeu de todo o mundo autênticos rios de humor, disse, na oportunidade, Luís Humberto Marcos, director do
Museu Nacional da Imprensa. Na troca de informações que se seguiu com a Presidente da Câmara Municipal de Leiria, ficou apalavrada a possibilidade muito real de se vir a estabelecer em Leiria um núcleo museológico com um espaço de exposições para o Museu da Imprensa. O que não será nada de espantar, dado que Leiria, em conjunto com Faro, foram as primeiras do País dotadas de tipografias (ver).

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(*) Esta reportagem pode ser observada em "dentro de ti ó leiria".

:: o poema de Miguel Torga acima transcrito consta do livro "ANTOLOGIA POÉTICA" - Ed. Publicações Dom Quixote - 6ª edição-2001

6 comments:

Guilherme Roesler said...

ASN,

confesso não conhecer como voce a Obra de Miguel Torga, tantas vezes aque citado. Uma falha que pretendo repidamente corrigir.
Alias, imagino estar acontecendo comemorações aí em Portugel em virtude de seu centenário.

Abraços, GR.

Arte por um Canudo 2 said...

Dia da água convém não esquecer.Essa reportagem que inclui o primeiro moinho de papel deve ser interessante.Miguel Torga ninguém melhor que o António para nos dar a conhecer o que deve ser feito em memório desse vulto da cultura portuguesa.Bom Domingo.Um abraço

asn said...

Guilherme
De facto assim é. Durante todo o ano que decorre comemora-se em Portugal o Centenário do Nascimento de Miguel Torga.
Um escritor que só muito recentemente, aí de há 3 anos a esta parte, é que me habituei a admirar e ler.
Soberbo, para o meu gosto literário e como humanista.
Abraço
António

asn said...

Caro Agostinho
Gosto, efectivamente, de Miguel Torga. É um escritor que me habituei a apreciar. O contributo que eu posso dar é este, divulgar a sua obra o mais que me for possível.
Estou a pensar propor que o ELOS CLUBE DE LEIRIA de que sou sócio fundador, se empenhe mais decididamente nestas comemorações.
Um abraço, Agostinho, vou, daqui a pouco, por-me em frente da Televisão a ver a nossa selecção de Futebol a jogar com a Bélgica.
António

Santa said...

Grande Miguel Torga! Gosto muito dos poemas que já li.

Um abraço.

Ofeliazinha said...

Permita-me que lhe deixe um abraço.