Na senda de três entradas anteriores (Casal, Ribafeita, Covelas), aqui vos mostro, a última das povoações da freguesia de Ribafeita, que visitei, nos princípios de Abril. Como já tive ocasião de referir, naquele fim-de-semana de 4 e 5 de Abril, proximamente passado, tirei-me de cuidados e aproveitei a minha ida ao Casal, para estar com os meus pais, e lá fomos todos dar um giro pela freguesia.
Antes de regressarmos, a última das povoações que visitámos foi a Lufinha. Verdade seja dita, eu não conhecia esta terra. Parece impossível mas é verdade.
As fotos acima são as que me pareceram mais elucidativas desta aldeia. Tudo já muito alcatroado, novas obras em cimento, arquitectura standardizada, aliás como acontece por todo o país. Com tanta pedra granítica que existe nesta zona é com muita pena que se constata o uso e abuso do cimento, do ferro e do tijolo para construir habitações. É uma dor de alma ver a descaracterização urbanística de zonas do interior.
Que virá a ser da alma serrana e granítica das Beiras? A verdade é que se pode viver segundo padrões modernos sem necessidade de destruir, por substituição, o casario e outros vestígios típicos de cada zona, nomeadamente caminhos com calçadas e muros antiquíssimos, para além das próprias remotas estradas romanas.
Enfim...
* Se pretender observar o mapa da localização de Lufinha
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1ª foto: aspecto do coreto construído no limite da rua de S. Mamede. Se se ampliar a foto pode ler-se a placa e verificar que foi edificado em 2001, graças às boas-vontades dos habitantes;
2ª foto: A capela de S. Mamede, padroeiro da Lufinha. Aliás, ali à volta da povoação sente-se a presença imponente do monte de S. Mamede.
5 comments:
Olá Horácio Martelo
Como podes ver não me esqueci do coreto novo da Lufinha.
Um grande abraço
António Nunes
Olá amigo. Estava a ler essa tua reflexão sobre o abuso do uso do cimento e do tijolo, em vez do granito aqui da zona, e dei comigo a pensar que sempre que quero fazer alguma remodelação na quinta em que quero comprar pedras de granito, levam-me o couro e o cabelo. Talvez por isso as pessoas se socorram de materiais mais baratos ainda que descaracterizados. No mês passado soube que em Baiões, pertencente a S. Pedro do Sul, a Câmara pretendeu melhorar a estrada, alargando-a à custa dos terrenos dos munícipes. Nessas obras retiraram as pedras antigas dos muros e construiram-nos depois em tijolo, aproveitando a simplicidade das pessoas que nem sabem para onde foram parar as suas pedras originais. É um belíssimo negócio a venda do granito! E assim vamos assistindo à descaracterização urbanística, como dizes e bem.
Um beijinho
Ora aí está uma questão importante, Ana Ramon
Quantas situações de "roubo" de granito não se estão a processar por todo o Norte e Centro, pelo menos?
Não há dúvida que as pedras/lajes antigas, algumas até já parcialmente aparelhadas, são um grande negócio. Ainda ontem observei uma cena em que, o mais dissimuladamente possível, um particular/penso que empreiteiro também, terá vendido sabe-se lá por que preço, pedras antigas, pias e outros, a uma empresa especializada em velharias, antiguidades, curiosidades (assim estavam identificadas as caminonetas para as quais esse material estava a ser carregado).
A casa de onde esse material estava a ser despejado, é um dos edifícios mais antigos e característicos da zona antiga de Leiria. Tirei umas fotos, por curiosidade, mas o "pessoal" ficou a olhar-me de esguelha.
Coisas...
Um beijinho também
António Nunes
preciso da tua ajuda , deixei um apelo o meu canto
De facto o cimento continua na mo de cima.
O interessante e que pelo que me parece, por baixo dessa bela cobertura de argamassa pintada de branco na capela, devem existir pedras centenarias!
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