A Igreja de Santo Agostinho, de Leiria, é um dos ícons sagrados desta cidade. A sua história é muitíssimo rica. Pena é que a parte conventual a que este monumento de culto está intimamente associado esteja tão maltratado. Só vendo as fotografias que tenho de minha posse tiradas nos claustros! É uma pena! Tanto esforço psíquico e financeiro das gerações passadas e nós a desbaratarmos os sinais que nos deixam, autênticas pistas de reflexão para trilhar um futuro de comunidade.(1).
Este aspecto de pormenor seria suposto reportar-se ao Quercus robur, a que se refere a placa abaixo e pertenceria à árvore que se vê junto a essa mesma placa colocada no jardim requalificado no Largo de Infantaria 7 (ou do jardim de Sto. Agostinho), o rio Lis, aqui mesmo ao lado, a primeira fábrica de papel de Portugal, a 50 metros ao lado esquerdo, tudo devidamente requalificado (ou quase, que as obras ainda estão em curso), no âmbito do programa Polis, ontem solenemente inauguradas pelo Primeiro Ministro e pela Dra. Isabel Damasceno, Presidente da Câmara).
Outros nomes por que o Quercus robur L. é conhecido: Carvalho-roble, Carvalho-alvarinho, Carvalho-comum.
Não são visíveis Frutos. De qualquer modo não será de espantar que este carvalho esteja sem frutos, dada a sua tenra idade e o seu longo período de maturação (explicação adaptada duma nota/comentário deste post. Aliás aconselha-se a leitura destes comentários, pela pertinência das suas achegas ao esclarecimento do conteúdo desta entrada). Talvez que se estivesse mais bem tratado ou localizado de modo a que a própria Natureza melhor o desenvolvesse, o seu vigor fosse outro. Ao fim e ao cabo esta árvore há-de ter mais de 10 anos de idade.
- Não gostaria que me dissessem: "quem te manda a ti, sapateiro, tocar rabecão?"
Mas, este Quercus será mesmo um Quercus robur? Não terá havido uma segunda plantação e, na sequência, uma troca de árvores? Veja-se a foto das folhas da árvore que aqui (mais ou menos no mesmo sítio) estava plantada em 2000 (data do "atlas das árvores de Leiria"). Se se ampliar a fotografia acima, tirada hoje, penso que há diferenças nítidas no tipo de Folhas.
Aliás, se repararmos nas folhas dum dos Carvalhos (o 1º da sequência), plantados no passeio nascente da Rotunda Melvin Jones, esse sim, será um Quercus robur. Fica aqui a minha dúvida. Terá razão de ser?
Nota complementar: Pelas informações posteriores que consegui, não só na sequência das minhas próprias observações, mas, muito particularmente, pelas colaborações disponibilizadas através dos comentários de amigos deste blogue e da Botânica, o carvalho actualmente plantado junto à placa em questão é um Quercus rubra. Nestas circunstâncias penso que seria de todo desejável, diria mesmo que deveria constituir-se numa imposição, que, no mais curto espaço de tempo possível, fosse colocado neste local o carvalho da espécie referida na placa comemorativa, em substituição do que lá está, actualmente. (1/9/2007).
Enviei um e-mail à Câmara Municipal de Leiria a chamar a atenção para esta questão. Espero bem que não tenha caído em "caixa rota".
* (1) Ver pág. 20 do III vol. de "Anais do Município de Leiria" - 2ª ed. 1993, de João Cabral.
11 comments:
Nossa António que saudades!
Andei quinze dias sem meu micro, e só hoje fui ler recados, me atualizar, ler teu blog!
Um abraço bem grande!
Seria interessante escrever-se algo sobre a vida social das árvores que estão, principalmente, nas praças públicas (ex:amoreiras, figueiras, oliveiras, etc)..
um abraço raiano
Bom dia, Flor
Estou encantado pela tua visita. Espero que esse pc esteja operacional. Já é uma ferramenta social avbsolutamente imprescindível, sem dúvida.
Bj
António
Viva Nelson
Muito obrigado pela visita e pela intencionalidade do comentário. Não há dúvida que reportagens desse género seriam extraordinárias. O problema é que seria necessário viajar muito e falar com as pessoas, escolher as pessoas indicadas, a hora indicada. Mas não deixa de ser uma ideia muito interessante.~
Aliás, que seja do meu conhecimento, existe um livro, "à sombra de árvores com história" de Paulo Ventura Araújo, Maria Pires de Carvalho e Manuela Delgado Leão Ramos, Ed. gradiva 2006, muito interessante a este respeito.
Mas oa tema não ficou esgotado, nem pouco mais ou menos.
Um abraço
António
A segunda foto ( a que mostra as folhas fotografadas por baixo) não é de um Quercus robur. Pertencem a um carvalho da América do Norte, provavelmente o Quercus rubra (embora se plantem outros similares no nosso país).
A 4ª e última foto é, sem dúvida, de um Quercus robur. É de facto, um erro difícil de compreender até porque a existir confusão e troca de espécies, seria com o Quercus petraea, árvore originária também da Alemanha e que tem uma folha similar (embora se distinga bem pelo pecíolo). Na P. Ibérica este carvalho está presente apenas no Norte de Espanha.
Cumprimentos
O Pedro Santos tem toda a razão: a segunda foto mostra as folhas de um carvalho-americano, e não de um carvalho-alvarinho (Quercus robur). Julgo também que esse carvalho-americano é um Quercus rubra, pois os outros carvalhos-americanos que são plantados em Portugal (como o Q. coccinea) têm a folha mais estreita e mais recortada.
Como bem mostram as fotos, as folhas do carvalho-alvarinho têm lobos arredondados, enquanto que as do carvalho-americano têm lobos recortados ou pontiagudos. O Quercus rubra cresce muito mais depressa que o Quercus robur, e só as árvores adultas é que costumam dar bolotas (que são mais gordas do que as bolotas "normais" e levam dois anos a amadurecer).
Bem, eu de botânica não entendo nada. Apenas sei apreciar e respeitar todas àrvores pela beleza e sombra que emprestam aos nossos caminhares.
Quanto ao Convento, está tudo dito pelo meu amigo!
Desejo-lhe um belíssimo fim-de-semana.
Continuo a deliciar-me a ler estes textos até porque reconheço a minha ignorância em termos de botânica.
Um abraço.
Realmente só tu António para verificares esses pormenores.Mas o seu a seu dono e se está na placa como um carvalho diferente é esse mesmo que tem de lá ir parar. Será que quando foi a requalificação desse espaço os técnicos não conseguiram ver que eram carvalhos da mesma familia mas diferentes? Quanto à Igreja de Santo Agostinho (lindo nome)é uma pena que se deixem estragar assim tantos anos de cultura e a nossa identidade.Um grande abraço António
Provavelmente caiu em saco roto, no entanto faco votos que nao!
O meu amigo sempre atento e mais uma vez a demonstrar o seu amor pelas arvores!
Um abraco amigo do d'Algodres.
não há dúvida de que são dois tipos diferentes de carvalhos (quercus). As folhas nada têm em comum no tocante a espessura, até textura e tom de verde.
Fraterno abraço
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