Quem serás tu, amigo?
Na quinta da rampa, canas de milho por cortar, ao fundo renques de árvores a bordejar o rio Lis, quase sem água...
Na Rotunda Rotária (a do McDonalds) e à volta - Leiria
Estacionei o pópó, ia meter gasoil (gasóleo), puxei da máquina fotográfica...
Esperemos o embarque, irmão.
Chegamos sem esperança,
só com relíquias de séculos
na palma da mão.
Pela terra endurecida,
não há campo que aproveite.
Mesmo os rios vão morrendo
pela solidão.
Não sofras por ter vindo.
Alguém nos mandou de longe
para ver como ficava
um rosto humano banhado
de desilusão.
Olhemos esses desertos
onde é impossível deixar-se
mesmo o coração.
Ah, guardemos nossos olhos
duráveis como as estrelas
e seguramente secos
como as pedras do chão.
Iremos a outros lugares,
onde talvez haja tempo,
misericórdia, viventes,
amor, ocasião.
Cecília Meireles
(Tenho andado a ler poesia de Cecília Meireles... até logo, companheiros de Alcanena!)
@as-nunes
No comments:
Post a Comment