Jornalista, escritor, vencedor do Prémio Camões em 2011, Manuel António Pina morreu esta tarde no Porto, aos 68 anos. (in Antena 1)
Estarei ainda muito perto da luz?
Estarei ainda muito perto da luz?
Poderei esquecer
estes rostos, estas vozes,
e ficar diante do meu rosto?
Às vezes, como num sonho,
vejo formas como um rosto
e pergunto: «De quem é este rosto?»
E ainda: «Quem pergunta isto?»
E: «E com quem fala?»
Estarei ainda longe de Ti,
quem quer que sejas ou eu seja?
Cresce a noite à minha volta,
terei palavras para falar-Te?
E compreenderás Tu este,
não sei qual de nós, que procura
a Tua face entre as sombras?
Quando eu me calar
sabei que estarei diante de uma coisa imensa.
E que esta é a minha voz,
o que no fundo de isto se escuta.
Manuel António Pina
1943-2012
in NENHUM SÍTIO (ou pp 105 TODAS AS PALAVRAS /poesia reunida}-
um dos seus grandes livros de poesia
-
Andava eu de carro, no centro de Leiria, quando, inesperadamente, ouvi a notícia da morte de Manuel António Pina.
Chego a casa, em cima da minha secretária de trabalho, por acaso/coincidências premonitórias? tinha dois livros:
Os Herdeiros do Vento - Antologia Apócrifa: Joaquim Pessoa
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