"A minha árvore - a árvore com que eu tinha crescido e cuja companhia, pensava eu, me acompanharia ao longo dos anos, a árvore sob a qual, pensava eu, cresceriam os meus filhos - tinha sido arrancada. A sua queda arrastara consigo muitas coisas: o meu sono, a minha alegria, a minha aparente despreocupação."
Enquanto leio, recordo com amargura:
2000 - Abate à falsa-fé, de todas as árvores do Largo da Sé, Leiria. Revolta. Insurreição com artigos nos jornais. Abateram os acer pseudo-plátanos (padreiros), habitat de milhares de pássaros de todas as espécies e chilreios, que nos animavam a alma, ao fim do dia.
2002 - Abate dum Freixo centenário, junto ao Rio Lis, para lá ser colocado um relógio gigante, para se fazer a contagem decrescente do Programa-Polis, em estrutura horrível em ferro, pesadíssima. Para nada. Não serviu para nada.
2005 - Abate duma árvore-do-ponto, centenária, no Jardim Luís de Camões, para que se pudesse seguir à risca o desenho dos paisagistas de gabinete.
2006 - Queda (por negligência criminosa) de duas tílias prateadas (tília tormentosa) de grandes dimensões, companheiras amigas de várias gerações, no jardim Luís de Camões.
(O texto transcrito acima faz parte do livro reproduzido na imagem. Dramático e chocante...)
(O texto transcrito acima faz parte do livro reproduzido na imagem. Dramático e chocante...)
4 comments:
Tenho que o admitir. Ando muito amargo. Os aspectos negativos da gestão da Vida estão-me a ressaltar com demasiada relevância, talvez.
A Vida já é tão problemática que tenho que passar a focar a minha atenção entremeadamente com as coisas boas e bonitas da vida, que também as há.
Aqui deixo a promessa...
Um abraço do tamanho do Mundo.
António
É uma tristesa.
Há tanto espaço por outros lados e tem de ser mesmo nos sitios das árvores é que têem de plantar os mamarachos.
Neste momento o Mateus anda a pisar o teclado e a dar-me turrinhas, enquanto o Mozart raspa na porta para entrar... Não haverá um amigo seu que queira um companheiro???
Lamentável! E para onde caminhará o nosso planeta? AS árvores fazem-nos tanta falta!
Beijinhos
Força com essas denuncias António.Faz da tua voz a voz das árvores.Uma coisa António, a vida é demasiado bela para pensarmos nos amargos que a vão acompanhando. O optimismo é o melhor remédio e pensar positivo a melhor cura.Escuta as árvores e dá-lhe voz será uma belissima forma de se olhar em frente. Um grande abraço.
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