Eu sou irmão gémeo do DISPERSAMENTE... Ainda estou a atravessar a fronteira ...
Wednesday, February 29, 2012
Gracias a la vida
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Tuesday, February 28, 2012
Porque não, vamos lá para o telhado?!...
A Ema como que a desafiar-me; sabes há quantos anos é que montaste as antenas da tua estação de rádio, no telhado? Pois, já lá vão 20 anos; pouca manutenção tens feito e, lembra-te, estás a ficar velho!
Hoje decidi-me, aproveitei o ensejo duma ida ao sótão com o Snr. Marques, eletricista de alto gabarito, ex-colega de Ensino na antiga Escola Industrial de Leiria, 1966/7/8, levei a caixa das ferramentas, não me esqueci de levar as duas máquina fotográficas, pisguei-me pela janela de sótão, e lá passei uma grande parte do dia, em trabalhos de manutenção de antenas, cabos de transmissão, uma telha partida pela equipa ao serviço da PT, que lá tinha andado a montar a TDT (só dei por essa falha porque me deu para ir ao telhado, não me disseram nada quando a partiram e deram o trabalho por terminado).
E fotografei belas vistas panorâmicas sobre a encosta da Barreira/Carvalhinha/Quinta do Cabreiro, vale do Lis, encosta da Sra. do Monte, Cortes, eu sei lá, uma assombração, todas aquelas vistas panorâmicas fabulosas que eu não me canso de fotografar; como diria Assis Pacheco, um pasmado sem cura!
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Um dia no telhado...
Sou radioamador há 30 anos…
Gosto de fotografia,
desde sempre...
Gosto de ir ao telhado
Nas asas da fantasia.
Deixem-me pasmar o horizonte...
Já não tenho 30 anos, nem 50...
Mas o poder tocar o próprio éter
Mesmo aos 65 anos de vida
É uma grande emoção!...
Sempre foi!...
Viva a Vida!...
Se a alma existe
Eu quero ficar
Nas ondas da rádio
A olhar, a falar...
Com quem quer que seja
Onde quer que esteja!...
António Nunes
CT1CIR
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também tenho um filme para mostrar, vamos lá a ver se não se perde nas asas etéreas das ondas hertzianas!...
@as-nunes
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também tenho um filme para mostrar, vamos lá a ver se não se perde nas asas etéreas das ondas hertzianas!...
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Saturday, February 25, 2012
Um Plano Marshall de combate ao desemprego na Europa
Ouço, com muita frequência, a Antena Um. Há dias, já noite fechada, estacionei junto a um declive sobre o vale das Cortes - Leiria, vinha eu a ouvir o programa "Contraditório", ao mesmo tempo que observava as luzes dessa zona de vale do Lis, desde o lado da Barreira.
E falava-se sobre Durão Barroso e as suas presumíveis incursões no meio político/social português, talvez a preparar uma eventual candidatura à presidência da república...será que já há movimentações tendo em vista uma retirada precipitada de Cavaco Silva?
E que o desemprego galopante que se verifica em Portugal e em toda a Europa só poderá ser combatido através da adoção dum Plano baseado nos métodos do Plano Marshall dos Americanos para recuperar a Europa no pós II Guerra Mundial?
Ou seja, confirma-se que estamos em guerra, uma nova forma de fazer guerra, com o objetivo de cada país posicionar a sua economia o melhor possível, de forma a dominar os mercados e proteger os interesses particulares dos seus povos!
É, então, isto, a União Europeia?!...
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Friday, February 24, 2012
Toponímia e estética em Leiria
Estamos no Bairro dos Capuchos, em Leiria.
-
Enfim, para que não fique unicamente a constar pela negativa, pode-se acrescentar informação mais gratificante:
1- Miguel Franco
Nasceu em 14-4-1918 e faleceu em 19-2-1988.
A sua notoriedade deveu-se ao facto de ser um dos grandes dinamizadores das atividades teatrais em Leiria.
Deixou escrito O MOTIM, adaptação daquela obra ao teatro, da autoria de Arnaldo Gama e a peça teatral "Legenda do cidadão Miguel Lino".
2- Dr. Agostinho Tinoco (* Coimbra, Janeiro de 1896 . + Agosto de 1969), em Lisboa)
Esta rua começa na rua cidade de Tokushima, inflete para a direita e não tem saída.
A deliberação camarária de 7-12-1973, que lhe atribui o nome, não indica as extremas, mas encarrega os S.T.O. de procederem à colocação das respetivas placas toponímicas.
Foi professor e reitor do Liceu de Rodrigues Lobo e diretor da Biblioteca Pública e Arquivo Distrital de Leiria.
Foi louvado e agraciado pelo Ministério da Educação (1940) e pela Câmara Municipal de Leiria, pela sua profícua atividade intelectual em prol da Arte e da Cultura em geral.
É autor do Dicionário dos Autores do Distrito de Leiria - 1979 (ver também atualização editada em 2004 pelas ed. Magno).
Wednesday, February 22, 2012
A génese do poema
GÉNESE
Todo o poema começa de manhã, com o sol. Mesmo
que o poema não esteja à vista (isto é, céu de chuva)
o poema é o que explica tudo, o que dá luz
à terra, ao céu, e com nuvens à mistura – a luz incomoda
quando é excessiva. Depois, o poema sobe
com as névoas que o dia arrasta: mete-se pelas copas das
árvores, canta com os pássaros e corre com os ribeiros
que vêm não se sabe de onde e vão para onde
não se sabe. O poema conta como tudo é feito:
menos ele próprio, que começa por um acaso cinzento,
como esta manhã, e acaba, também por acaso,
com o sol a querer romper.
Nuno Júdice
pp 302
Poesia Reunida 1967 - 2000
- Publicações Dom Quixote - 2000
Foto:
Duma varanda da Barreira avista-se a Serra da Maúnça, a Sra. do Monte, nas suas silhuetas matinais, envoltas ainda na neblina do vale do Lis.
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Tuesday, February 21, 2012
Sol poente a nascer
Poeta, eu sou
mesmo sem saber
usar as palavras
mais apropriadas
dando a ideia
daquilo que não quero ser
nem sequer parecer
Por isso
quero declarar
que não estou a dizer
aquilo que na fotografia
deixei transparecer
Quero continuar
a lutar
a viver
sem desfalecer
Quero...
Veremos se consigo!
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Sunday, February 19, 2012
DECLARAÇÃO de hoje; e amanhã?
Este meu olhar embasbacado...na direção das Cortes e Serra da Maúnça, logo a seguir à Sra. do Monte...
Assim:
DECLARAÇÃO
Eu, abaixo assinado, não sei o que
hei-de declarar.
Mas posso declarar que foi ontem que eu,
abaixo-assinado, declarei que era hoje que
iria declarar o que tinha de declarar.
E declaro hoje que não sei o que declarar no dia
de hoje enquanto amanhã não chega.
Eu abaixo-assinado declaro que
amanhã terei de declarar tudo o que tenho
de declarar.
Ontem teria declarado e subscrito
o que tinha de declarar.
E amanhã também iria declarar
todas as declarações do mundo se, quando
amanhã chegar, não descobrisse que amanhã
é hoje.
Por isso é que eu, abaixo-assinado,
declaro que não sei declarar hoje, que é o amanhã
de ontem, tudo o que tenho de declarar.
E eu, abaixo-assinado, declaro solenemente
por minha honra que só não declaro nada hoje porque
hoje é o amanhã de ontem,
e também não vou declarar nada amanhã porque
amanhã é o hoje em que irei deixar para depois
de amanhã o que tenho de declarar.
E cumpra-se esta declaração que vou datar
de amanhã, sabendo que só a poderei escrever
depois de amanhã, quando ontem for o amanhã
em que a vou adiar para ontem.
Nuno Júdice
Pp 50 “A matéria do poema”, Ed. Dom quixote - 2008
-
Ou seja, estou a repetir-me, parece-me a mim, talvez seja altura de pensar melhor naquilo em que se está a transformar este meu "DISPERSAMENTE...", se calhar só isso, um amontoado de apontamentos dispersos mas também dispersivos, em demasia!...
Para já é esta declaração que aqui me apetece deixar hoje, logo a seguir à DECLARAÇÃO de Nuno Júdice, de forma a que me possa servir de muleta, tentando o balanceamento do passado e presente com o futuro.
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Quinta do Cónego - Cortes - Leiria: vista panorâmica 1
Esta vista panorâmica é-me muito familiar, mostra-se-me todos os dias, às mais variadas horas do dia.
Objecto principal: os terrenos e Quinta do Cónego, do lado de lá, das Cortes.
A perspectiva alcança um ângulo relativamente grande, não porque tenha usado uma grande angular, mas porque do lado de cá, da Barreira, uso uma objectiva 70-300 mm da marca Sigma ou uma máquina(2) Canon Power Shot Sx30 IS.
Vou passar a mostrar aqui a evolução da Natureza observada desta varanda.
Este vai ser o primeiro quadro desta série de 2012:
17 de Fevereiro de 2012
16h38m
Máquina (2)
Abertura: 6.17
f/5.6
Friday, February 17, 2012
Leiria - Fátima pela EN 356; o IC9, mimosas, Reguengo do Fetal, cruzeiro
Ao entrar na povoação de Reguengo do Fetal, abrandei e captei esta perspectiva estonteante, uma acácia mimosa em todo o seu esplendor, ao fundo uma das muitas torres eólicas plantadas no cimo do montes sobranceiros à povoação, integrantes do conjunto da Serra d´Aire e Candeeiros.
O viaduto do IC9 a sobrevoar o Vale do Freixo, pouco antes de se chegar a Reguengo do Fetal. Perspectiva desde a subida íngreme, encosta acima, até se chegar à Cruz Quebrada. Olha-se para poente, a vista é de uma amplidão de 180 graus, simplesmente celestial.
Do mesmo local da foto anterior pode admirar-se o casario entrelaçado no verde dos campos e da floresta, do Reguengo do Fetal.
Este cruzeiro, ao cimo da EN 356 sobranceira à freguesia do Reguengo, lá ao fundo do vale, foi mandado construir pelos habitantes desta autarquia, há muito tempo atrás, há-de ter sido depois das primeiras aparições de Fátima.
Ao longo da maior parte das estradas secundárias de acesso ao Santuário de Fátima vêem-se muitos cruzeiros evocativos a N. Sra. de Fátima, mais recentes e com menos arrebiques artísticos, assinalando que se vai pelo caminho certo para o sítio onde se venera com muito fervor a aparição da Virgem Maria, um dos pilares míticos da religião católica.
Este é um dos percursos que faço com alguma frequência, o da ligação de Leiria a Fátima, pela Estrada Nacional 356, mais precisamente, passando pelo Alqueidão das Cortes, Amoreiras,Vale do Freixo (Aqui um viaduto do IC9 atravessa a estrada), Reguengo do Fetal, Vale da Seta, Vale de Ourém, S. Mamede (rotunda de Vale de Ourém), Fátima.
Este percurso, como a maior parte dos que decorrem nas antigas estradas nacionais, é duma beleza sem par, povoações antigas com muita história, paisagens rurais lindíssimas, vistas panorâmicas fabulosas.
Toda esta zona é dotada de uma beleza muito intensa, diria mesmo, mística até, daí não ser de espantar que tenha sido escolhida para que vários factores esotéricos se tenham conjugado de forma a que Nª. Senhora. tenha aparecido aos "pastorinhos" e, através deles, se tenha revelado às multidões que, a partir de então, começaram a afluir à zona onde ainda hoje se pode observar a azinheira sagrada no Santuário de Fátima.
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Wednesday, February 15, 2012
Leiria em fragmentos e momentos
Estava eu estacionado, dentro do carro, eis que aqui mesmo à frente do pára-brisas, este melro apareceu, em ligeiras corridas descontraídas...em plena cidade, com as pessoas por perto.
Tuesday, February 14, 2012
Monday, February 13, 2012
Viva o 13 de Fevereiro!
Durante o dia, esta camélia, belíssima, retratei-a eu no meu jardim, talvez um pouco desfavorecida pelos frios intensos que se têm feito sentir...
Esta vista panorâmica é uma das minhas companhias diárias...
E não me podia esquecer de fazer referência ao 1º "Dia Mundial da Rádio" instituído pela UNESCO, ou não fosse eu radioamador desde 1980 (CT1CIR).
65 anos da colheita de 1947, concentração à média luz, um filme a correr, suspense!...
(foto da Maria Inês Nunes)
(foto da Maria Inês Nunes)
Tínhamos reservado uma festarola de arromba no Hotel Cinco Estrelas, mas acabámos por ficar em casa, em família...
(foto da Maria Inês Nunes)
Mas valeu a pena, ora digam lá que não.
A diferença de idades correspondente a três gerações, sendo que a mais idosa tem 93 anos e a mais novinha 4.
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Sunday, February 12, 2012
Porque amanhã é 13 de Fevereiro!...
Se eu morasse aqui nesta povoação, ali mesmo ao lado do santuário de Fátima, se calhar nem comprava relógio de pulso. Claro, teria que passar o meu tempo por ali perto, aliás bancos públicos para repousar e local etéreo para dormitar sobre o que o pensamento discorre continuamente, qual marioneta comandada por um fio impercetível, é o que mais há naquelas redondezas.
Ora então vamos ao que me trouxe aqui, agora, muito prosaicamente, que já tenho o cérebro cansado de tanto pensar, vejam lá que até já faço parte de um clube dos pensadores, cujo blogue frequento com assiduidade, mas matamo-nos a apregoar as maleitas deste mundo e do nosso país, e a vida, traiçoeira, sádica, demoníaca, dinheiro como objetivo máximo, continua na mesma.
O Homem não tem emenda. Será que algum dia conseguirá mudar de rumo, tornar a vida mais fácil para todos, promovendo uma vida efetivamente comunitária?
Então:
O Sol, que até abunda neste país extremo Oeste da Europa, proporciona um dos melhores e mais eficazes relógios do planeta. Esta fotografia foi tirada eram para aí umas x horas - y minutos, seguia eu de carro, parei e virei-me para Nascente.
Dado que estamos em meados de Fevereiro, mais minuto menos minuto, que horas seriam?
Eu cá tenho uma referência importante e, portanto, até nem tinha grande dificuldade em precisar a hora local exata, mas deixo-vos aqui este desafio.
Que horas seriam quando eu, sempre aluado a ver imagens encaixilhadas, me decidi a tirar mais uma das milhares de fotografias que já tenho no meu currículo de eterno amador, fotografia de ocasião do que me vai ocorrendo?...
E esta hem?
Olha como o Fernando Peça também veio à baila!...
-
Daqui a umas horas farei xx anos, diz que nasci em 1947, portanto...
Sexagenário oficialmente assumido, que remédio!
O Tempo bem pergunta ao tempo quanto tempo o Tempo tem, mas o tempo não tem resposta, limita-se a prosseguir a sua marcha, indiferente, qual sombra a acompanhar as evoluções do Sol, sem apelo nem agravo!...
-
nota:
Continuo a arriscar-me a escrever segundo o Novo Acordo Ortográfico
(penso eu que sei algumas regras básicas, que as de mais pormenor ainda não as assimilei, nem sei mesmo se as mais elementares já as consigo usar com rigor; é que estou mesmo sem pachorra nenhuma para ler com olhos atentos os livros que comprei sobre a matéria. E os filólogos, Deus meu, quem os atura, com carradas de razão para se insurgirem contra este "atentado à Língua Portuguesa"?...)
Afinal alguém me sabe dizer se o tão propalado (des)Acordo Ortográfico sempre vai avante ou não?!...
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Friday, February 10, 2012
Mimosas à vista!
O tempo está esquisito. Parece que as estatísticas garantem que há mais de 80 anos que não havia um mês de Janeiro tão seco como o que decorre no presente ano de 2012.
Já se aventa a necessidade de recorrer a Bruxelas para pedir ajuda para socorrer os agricultores portugueses dependentes da parca produção que ainda se processa em Portugal. Aliás, em Espanha o problema também é o mesmo. Como se já não bastasse estarmos no mesmo barco da pré-falência financeira, eis que mais um problema sério atinge a Península Ibérica.
Apesar de tudo as acácias mimosas aí estão, no tempo certo, como que a querer demonstrar que os ciclos vitais da Natureza se renovam, independentemente da vontade do Homem.
Esta perspectiva fotográfica, de hoje, foi captada da Rua Ramalho Ortigão(*)
(novo traçado, ainda em terra batida, ao lado da rotunda de Vale de Lobos/N 356-2 Leiria-Cortes-Fátima e do acesso ao IC36, sentido Pousos-Alto Vieiro).
-
(*)
Nem de propósito: chegou-me às mãos o livro (1724-AZ-Biblioteca) "Portugal - a terra e o homem", antologia de textos de escritores dos séculos xix - xx , por Vitorino Nemésio, ed. da Fundação Calouste Gulbenkian, 1978, impresso na tip. Guerra - Viseu, em que a propósito de Ramalho Ortigão se escreve, a dado trecho:
"Ramalho prega a necessidade de o Português aceitar os seus limites, aprendendo «lá fora» o indispensável para uma técnica do «cá dentro». Não o preocupa, como a Oliveira Martins, definir o génio nacional incarnado na história, mas recensear as coisas pátrias e diagnosticar os pequenos e grandes males do homem que vive delas." (p. 63) foto da Net
-
(*)
Nem de propósito: chegou-me às mãos o livro (1724-AZ-Biblioteca) "Portugal - a terra e o homem", antologia de textos de escritores dos séculos xix - xx , por Vitorino Nemésio, ed. da Fundação Calouste Gulbenkian, 1978, impresso na tip. Guerra - Viseu, em que a propósito de Ramalho Ortigão se escreve, a dado trecho:
"Ramalho prega a necessidade de o Português aceitar os seus limites, aprendendo «lá fora» o indispensável para uma técnica do «cá dentro». Não o preocupa, como a Oliveira Martins, definir o génio nacional incarnado na história, mas recensear as coisas pátrias e diagnosticar os pequenos e grandes males do homem que vive delas." (p. 63) foto da Net
Talvez nos possamos especializar a lavar e secar a roupa dos Alemães
(v. comentários)
@as-nunes
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Thursday, February 09, 2012
Tuesday, February 07, 2012
O Tempo às avessas
O PÃO DO TEMPO
Diziam-me que amanhã seria o primeiro dia
depois de amanhã em que não seria preciso
pensar no que há para fazer, nem em fazer
o que há para pensar. Deixei correr o tempo; e
as coisas avançaram sem que amanhã chegasse,
e sem que depois de amanhã me pudesse
lembrar que tinha de pensar no que havia
para fazer. Juntei todas as coisas no alguidar
do poema, onde a massa dos instantes
fermentava. O que eu tinha de fazer
era metê-la no forno da eternidade,
depois de bem amassada; mas esqueci-me,
e quando voltei ao poema
a eternidade estava cheia de um musgo feito
das horas e minutos que eu perdera a pensar
noutras coisas. Ainda espreitei o forno:
mas a lenha ardera até se transformar em
cinza, e em fumo efémero dissipava-se
no céu estranho desta memória de amanhã.
Nuno Júdice
p. 76 – A matéria do poema
Ed. Dom Quixote - 2008
Tratamento digital sobre fotografia
à Lua em quarto crescente, madrugada gélida
de Fevereiro de 2012, Chainça - Fátima,
através do tronco e ramos dum Lódão.
A ansiedade do momento na Grécia,
em Portugal e...
é muita.
Como calar esta nossa expectativa?
Deixem-nos, ao menos,
desabafar!
Sunday, February 05, 2012
Quinta Vale de Lobos - Leiria
Em 12 de Maio de 2009 - Quinta Vale de Lobos, Leiria, andava o autor deste blogue envolvido numa missão a que se propôs a si próprio, que era indagar das quintas à volta da urbe Leiriense que, durante séculos, serviram de residência a algumas famílias ilustres e eram utilizadas como unidades de produção agrícola para abastecimento da cidade. Foi à volta destas quintas que nasceram muitas das povoações rurais que hoje existem dado que nelas trabalharam e viviam muitas famílias.
Uma dessas quintas é a Quinta Vale de Lobos. Estas fotos são agora aqui publicadas como forma de perpetuar a sua memória e do quanto era valioso preservar toda a mancha florestal daquela zona.
1- Toda esta área (dotada de excepcionais qualidades agrícolas no vale do Lis) está integrada numa dita zona florestal dentro do PDM de Leiria (3);
2- Precisamente nesta área, com uma mancha inalienável de carvalhos e sobreiros, acabou por ser construído o IC36, com um viaduto monstruoso sobre o vale do Lis e uma rotunda de acesso (que acabou por condicionar quer esta quinta quer a de S. Venâncio).
De acrescentar que a Rua Ramalho Ortigão (**), de que já vos deixei aqui nota (pesquisar neste blogue em "ramalho ortigão"), inicialmente com um traçado rústico, bordejada por belos exemplares de Quercus Robur, foi desviada e deslocalizada para uma área paralela ao acesso da rotunda para o IC36 para proporcionar o encaminhamento para as A1, A8, A17, A19, IC2, Zona Comercial dos Parceiros (Leiria Shopping) e do Alto Vieiro até à Azoia e Vale Gracioso.
Para quem esteja menos informado, o IC36 é uma estrutura de Autoestrada, que vai do Alto Vieiro até aos Pousos e que teve como finalidade essencial servir os interesses das concessionárias das autoestradas A1 e A8/A17 e a própria A19 (como tal sujeitas a pagamento de portagens).
Esta obra monumental deve ter custado uma fortuna colossal e tem a extensão de cerca de 4 quilómetros. Posso garantir-vos que as várias interligações com rotundas e mais rotundas, têm provocado imensas confusões aos automobolistas, já que, ao mínimo descuido, são encaminhados sem possibilidade de correção, para uma dessas autoestradas, quando, muitas vezes, se pretende unicamente utilizar este itinerário para encurtar caminho à volta da cidade de Leiria.
------------
(**) Em próximo registo espero poder contar-vos a rocambolesca história da Rua Ramalho Ortigão, em Leiria, na zona de Vale de Lobos. (entre Leiria e Cortes)
(3) Convém frisar que, no momento em que se publica esta nota, o autor não garante que o PDM, no que a esta questão respeita, tenha ficado inalterado.
-
(Estou a tentar seguir o Novo Acordo Ortográfico)
@as-nunes
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Saturday, February 04, 2012
Não se andará a cortar árvores de mais, para vender como lenha?
Comprei 1.000 kg de lenha a O,13€ kg. A carrada vinha com sobreiro, azinho e oliveira. Diz que o azinho faz uma boa chama e dura mais tempo a arder. Assim parece, de facto.
Estive um pouco à conversa com o snr. A..., que me deu uma lição sobre os vários tipos de lenha que se usa nas lareiras de Portugal e a sua origem (indeterminada, que os fornecedores dizem que vem dos sítios mais diversos, muita do Alentejo, e que são provenientes de árvores velhas e carcomidas pelo tempo). Entretanto, vai adiantando que no que respeita às oliveiras, as centenárias - autênticos monumentos vivos, alguns que vamos admirando em rotundas de Leiria e outras cidades - estão a ser arrancadas a esmo e a serem substituídas por espécies próprias para produção intensiva de azeitona para curtir e para azeite (passou a ser todo "extra"?!).
E com isto tudo o ecossistema desta orla atlântica e mediterrânica vai-se modificando (destruindo, talvez seja o termo mais adequado) inapelavelmente.
E com isto tudo o ecossistema desta orla atlântica e mediterrânica vai-se modificando (destruindo, talvez seja o termo mais adequado) inapelavelmente.
Quanto ao azinho (azinheira), o seu abate está proibido. E o sobreiro (sobro ou chaparro) também é uma árvore protegida.
De modo que se fica com a sensação de que se estão a cortar árvores protegidas, aparentemente em bom estado vegetativo, para vender como lenha...
Que controlo é que se faz, de facto, sobre a forma como se está a gerir a floresta e a boa ordenação das espécies arbóreas existentes em Portugal?
Bem sabemos a resposta: salve-se quem puder!...
Até quando?!...
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nota:
azinho: azinheira (Quercus ilex)
Friday, February 03, 2012
O raiar poético de uma sexta feira gélida
Olá, Bom Dia… Boa Tarde… ou Boa Noite…
Salve, quem quer que seja, onde quer que esteja!
Paz e Solidariedade.
Hoje levantei-me ao nascer do Sol... a vida é bela, não demos cabo dela!
AMANHECER BRANCO
Adivinho esta construção: uma cúpula
que abriga o mundo. E o mundo roda sobre
si próprio, fechando o círculo dos instantes
no centro da eternidade.
Ponho esta cúpula no cume
de um monte. O dia nasce, derramando na esfera
de vidro o líquido luminoso da madrugada,
com o brilho puro de um seio.
E bebo esta luz, num desejo ébrio
de nascente, ouvindo os primeiros pássaros
soltarem-se da noite com o canto côncavo
com que acordam o dia.
Nuno Júdice
In “A matéria do poema”
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