MAIO
Vem minha noiva, dá-me o lindo braço
Pois Maio chega, convidando a amores;
Posso às mãos cheias atirar-te flores,
Encher, a transbordar, o teu regaço.
A luz da aurora é tanta pelo espaço
Que já teu corpo, de ideais primores,
Posso todo banhar em róseas cores,
Quando ìmpiamente e doidamente o enlaço.
É Maio. Posso modular-te um canto
De aves aos centos a voar nos brejos,
Para o triunfo no momento santo.
Em que tu cedas, ébria de desejos,
Ao preguiçoso e dúlcido quebranto
Da deleitosa música dos beijos...
É já na próxima 5ª feira que se vai conversar, durante uma hora, no Mercado de Santana, em Leiria, sobre Acácio de Paiva e o ambiente lírico e romântico que o poeta viveu e verteu para os seus versos espalhados aos sete ventos, pelos jornais e revistas da época, princípios do século passado.
Deixo aqui, hoje, este soneto, Maio já chegou e está no fim, aproveitemo-lo, então, antes que se vá embora, mais uma vez...
Muito se pode dizer sobre a vida e a obra de Acácio de Paiva,(*) entretanto podemos guiar-nos por este link, para irmos adaptando os nossos gostos e olhares da atualidade ao sentir a vida, a poesia, convertida em palavras daquela época...
" A poesia estava-lhe no sangue e o seu estro não o abandonou jamais! Faleceu com 81 anos de idade. E já ao aproximar-se o fim da vida confiava ao papel:
.....E tanto mais eu vivo de Poesia
.....Quanto maior o peso dos meus anos!"
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(*)Biografia de Acácio de Paiva
@as-nunes
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