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Monday, October 08, 2012

PORTUGAL, a EUROPA e os papagaios políticos


Esta bandeira estava hasteada no quartel, em Leiria, de onde eu parti, em 1969, para terras de Moçambique, no Índico Ocidental. Eu, a minha mulher e a minha filha que lá iria nascer...
E para a Europa retornámos ...


PORTUGAL

Esperam de encontro ao Cais, como penduras (bem se conhecem):
os magníficos estupores deste consórcio espúrio em que, de volta
à pátria, rumo à Europa, nos embarcaram outra vez.
Em bicos de asa, fingem.
Escondem o esfíngico futuro do passado.
Sei o que esperam.
Como enfunada, a alma os tenta, frente à mastreação bastarda
de outros mares.
Se a Europa aqui jaz, com que fito, o rosto é Portugal?

Vergílio Alberto Vieira 

do grupo de poetas do café Orfeu, no Porto, por volta do anos 80 do século passado.
in
ORFEU 4  (ver registo biblioteca pessoal aqui)
Porto Dezembro 1988

-"Saudemos o poeta-cantor quando os usos e costumes entronizam as putas dos poderes, os papagaios políticos, tecnocratas miúdos, atletas sem cabeça, medíocres vedetas da mediatocracia."
Assim se exprimia Arnaldo Saraiva na sua nota introdutória.
-
outros poetas deste grupo:

Amadeu Baptista
Arnaldo Saraiva
Egito Gonçalves
Manel António Pina
e
tantos outros ...


-.-
@as-nunes

Sunday, July 01, 2012

Fascismo Salazarento e Fascismo económico da Social-Democracia Europeia


se eu pudesse gritar
cingir o mundo   num aperto
          nos olhares o que quero
          repelir o que quero
          e não quero

se eu pudesse
estender os braços
         dizer o que em mim flui

oh! Se eu pudesse
sentir a fome
dos que têm fome
as lágrimas
dos que têm lágrimas   
                                      .........                                              
se eu pudesse.
se eu pudesse
dar um berro nas ventas
de quem julga a terra a seus pés

se eu pudesse
se eu pudesse
rebentaria tudo     tudo
neste dizer
do que em mim flui

Jorge Ferreira
Saudade Macua
1969


- Hoje:
Carta aberta ao snr. Passos Coelho, nesta data, por Mário Russo in Clube dos Pensadores,
(...)
"Diga aos seus “meninos” que cada medida tomada num excell não é apenas uma conta, mas que põe milhares de famílias a fazer contas à vida e as levam ao desespero e angústia."


@as-nunes 

Friday, June 29, 2012

Saudades... 1969/1971

Prémio Camilo Pessanha 1969

Não quero prefácio
para o meu primeiro livro de poemas.
Se o que ele contém não é poesia,
nunca as palavras de apresentação 
o poderão salvar.
-
rio não é bom
rio          é bom
rio tem peixe
mas rio tem jacaré


Alima chora menino
Alima perdeu filho
que foi no dentro
do jacaré


rio é bom
rio é mau


Nampula, 1 de Setembro de 1969
Nasceu a minha filha Inês
-
nota: voltarei mais vezes com este poeta...

Wednesday, December 21, 2011

Gosto de ti...


Do lado de cá, o Ivo; do lado de lá, a Mia...


Porque gosto de ti...


Gosto de ti, porque és a simpatia
Dos entes raros e idealizados
E porque  tens a invulgar magia
Que conforta os que à Dor são condenados.


Gosto de ti, porque és a luz dum dia
Ameno, sem orgias nem pecados,
Luz que suaviza, acalma e acaricia
Meus dias penumbrentos, macerados!


Gosto de ti, porque há no teu olhar
A doce placidez dum lindo olhar
Onde flutuam pétalas de amor!...


Gosto de ti, porque a tua alma sã
Lembra um canto sublime de Chopin
Que nos transporta a um Mundo Superior!...

(Encontrei este soneto num livro, ed. de 1958, Lourenço Marques
Sombras, poemas por Anunciação Prudente)
@asnunes

Thursday, August 25, 2011

Lourais - caixa de correio e os castanheiros do Abílio...ah a tropa também vem à baila


Já aqui vivo há uma data de anos!
Só agora é que reparei na originalidade desta caixa do correio! 
E - coisas que acontecem mesmo aos mais atentos - só dei por esta singularidade, ao ver a fotografia no Picasa!

Passei por aqui porque fui fotografar uns castanheiros que costumo observar da varanda. Andava, há que tempos, para os fotografar mais ao pé.

clique para ver melhor
Não tarda nada aí temos, novamente, as castanhas assadas e a água- pé!...

Estes castanheiros são do meu vizinho Abílio. Estivemos, na mesma altura, de 1969 a 1971, na tropa. Encontrámo-nos, por acaso, no Hospital Militar em Nampula, onde eu fui parar na sequência de um acidente de automóvel, do qual resultou eu ter ficado inconsciente durante quase um dia. O Abílio era enfermeiro. 
Já em Leiria, volta e meia, encontrávamo-nos por aí. 
Descobrimos, há dias, que somos vizinhos! Sinais dos tempos modernos! Olhámos um para o outro num estabelecimento de materiais para a agricultura, aqui nas redondezas, e reconhecêmo-nos.
- Ena, ena, não me reconheces?
- Ena pá, como estamos velhos!...
-

Eu, por exemplo, era assim quando andava na fase de treino militar para a Guerra que travávamos nas ex-colónias do Ultramar.


Éramos cerca de 24. Constituíamos o 2º pelotão da Companhia, que ia começar os três meses de especialidade militar, depois de termos passado o Verão (Julho a Setembro de 1968) na EPI - Escola Prática de Infantaria, no Convento e tapada de Mafra (era quase tudo nosso). A nossa especialidade era Administração Militar. Parece que a bandalheira naquela área da tropa era por demais. De modo que os que estavam a ser seleccionados, naquele momento, era só malta com formação académica nas áreas da Economia e de Finanças. Acabámos todos por ser mobilizados para Moçambique. Também lá foi parar o nosso muito "querido e adorado" cap. Valério.
A foto que agora vos mostro tem a sua história. É assim:
Na secretaria da EPAM (Escola Prática de Administração Militar, ao Lumiar, na altura) dizem-nos, assim à última da hora, que temos que entregar com urgência, duas fotos tipo passe, fardados com a farda de cadetes (nós, que éramos milicianos, lá tínhamos essa farda!?). Vai daí aparece, já nem me lembro de onde, uma camisa branca, um casaco da ordem e do estilo e um boné a condizer.
Magros ou gordos, todos lá conseguimos tirar a foto enfiados naquela medida de roupa. 
Foi um desassossego!...  
@as-nunes


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Friday, April 22, 2011

Bom fim-de-semana prolongadíssimo!...| KANIMAMBO, João Maria Tudela!


Kanimambo, João Maria Tudela! Uma voz e uma recordação eternas!... (deixou o mundo dos vivos, hoje, com 81 anos)
Kanimambo, Moçambique, por ter ficado a conhecer uma terra tão mítica, que me ficou para sempre no coração. Maputo (então, Lourenço Marques), Quelimane, Beira, Nampula, Ilha de Moçambique, Praia da Choca... (1969-1971)
---
(clic para ampliar)
A gerência desta casa deseja a todos os seus visitantes e amigos que gozem um bom fim-de-semana prolongado!


Contas feitas dá:
5ª feira à tarde (com um jeitinho ficou todo o dia), Sexta-Feira Santa, Sábado, Domingo de Páscoa, Segunda-Feira (Viva a Revolução dos Cravos)


ou seja, 5 dias seguidos...


Bem, convém que a malta venha com vontade de retomar o trabalho na próxima Terça-Feira
(tinha escrito originalmente, "Quarta-Feira", tal era a embalagem!...não fora o Luís Coelho a alertar-me, ainda choviam reclamações e a gerência ficava em maus lençóis, até porque podia ser acusada de difamação)
@as-nunes
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Tuesday, August 31, 2010

Moçambique - Maputo - 2008



Em dias de turbulência social nas ruas de Maputo, descontentamento popular face à carestia da vida, lá como cá e em toda a parte...
Estas fotos são de 2008, um grupo de portugueses viajou até Moçambique e calcorreou lugares de saudosas recordações...
Maputo, Nampula, Cabo Delgado, Ilha de Moçambique... Eu não estava lá...mas tenho pena!...
Mas andei por esses sítios entre 1969 e 1971. Fiquei a gostar da gente Moçambicana e daquela bela e emocionante terra quente, húmida e vermelha, da zona de Nampula. Nessa altura, eu vivia e trabalhava (como miliciano português) no cumprimento da missão de que fui incumbido pelo Governo de Portugal de então...numa unidade de Engenharia, ali perto do Quartel-General da RMM, era Comandante o General Kaúlza de Arriaga.
Em Nampula, 1969, nasceu a minha filha Inês. Tenho pena que ela não tenha optado, ao atingir a maioridade, pela dupla nacionalidade, Portuguesa e Moçambicana! 

Que a vida nessas paragens seja de verdadeiro progresso económico e social para a maioria da população. 
Bem o merecem!...
.

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Thursday, April 15, 2010

Moçambique...aqui tão perto!


ACRENARMO - ASSOCIAÇÃO CULTURAL E RECREATIVA DOS NATURAIS E EX-RESIDENTES DE MOÇAMBIQUE
LARGO S.PEDRO - JUNTO AO CASTELO DE LEIRIA
Ultimamente, tenho feito com alguma regularidade, o percurso pedonal, de manhã, entre a Avenida 25 de Abril (ao lado do célebre estádio Dr. Magalhães Pessoa) e o Largo da Sé, passando pelo Portão Norte do Castelo de Leiria, Largo de S. Pedro, acabando a descer as calçadas íngremes e sinuosas até à Sé.
No Largo de S. Pedro lá está a sede da ACRENARMO. Só hoje é que tive ocasião de a visitar. E tomei conhecimento da forma como esta associação funciona.
Eu, que tão intimamente ligado a Moçambique me sinto. Lá cumpri o serviço militar, de 1969 a 1971. Lá nasceu a minha filha Inês. De Nampula, Ilha de Moçambique e ex-Lourenço Marques (Maputo, hoje) tenho como que gravadas em pedra, gratas e eternas recordações.
Jamais te esquecerei, Moçambique!...
Ao descer em direcção ao largo da Sé, esta belíssima Tília tomentosa, a começar o seu novo ciclo de verde e cheiro característico.
Uma maravilha da Natureza!...
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Tuesday, March 16, 2010

LEIRIA - Rua Christiano Cruz

Esta rua localiza-se na área da antiga Azinhaga da Encosta do Castelo de Leiria, junto ao seu Portão Norte. Nesta zona da cidade quase não circula vivalma. A Rua Christiano Cruz é praticamente invisível aos visitantes e mesmo muito dos locais não sabem sequer da sua existência. E é pena porque se reporta a um personagem aqui nascido e cuja biografia é digna de realce e merecia maior destaque na história de Leiria.
-
De facto,

Christiano Cruz
 Senhoras à mesa do café, 1919, pintura a óleo sobre cartão, Centro de Arte Moderna, FCG
 Catálogo /Retrospectiva (1892-1951) - Maria Raquel Florentino
---
Christiano CRUZ (1892-1951)

Christiano Alfredo Sheppard Cruz nasce em 1892, em Leiria. Morre em 1951, na cidade de Silva Porto, em Angola. 

Autodidacta, o seu único guia artístico era o desenho da imprensa, e contou com um ambiente pró-republicano no seio familiar, que o preparou para a sátira anti-monárquica e para a crítica social. Posteriormente, distancia-se dela operando uma verdadeira ruptura estética dentro da caricatura.

Ficou conhecido como um “romancista do traço”. Colocava as suas faculdades ao serviço da Ideia e criou aquela que ficou designada como “caricatura impessoal”. Esta pretendia afastar-se da ênfase meramente política, usando o humor como filosofia e atacando os costumes de uma identidade social portuguesa, que conhecia como mesquinha, provinciana e castradora. Sentia uma verdadeira obrigação de educar o povo através da arte, sabendo que a resolução da crise não se situava meramente na esfera política mas numa questão de filosofia existencial, de mentalidades. Dentro da caricatura política, tinha admiração apenas por Rafael Bordalo Pinheiro, fazendo os possíveis para se distanciar e criticar todos os seguidores do mestre. “Não façamos crítica, façamos Arte!”, ficou conhecida como uma das grandes máximas, assim como a sua guerra aos “bota-de-elástico”.

Estes pressupostos correspondem à sua primeira fase, que vai de 1909 até cerca de 1913, considerada como a fase de estilização, em que se liberta dos barroquismos iniciais e desenvolve um traço por vezes quase abstracto. Um novo código de humor só podia ser servido por um novo código plástico e pela criação de uma nova forma de percepção que fosse mais rápida. Era nesta lógica que construía as suas personagens ultra-sintéticas, que se aproximam do moderno cartoon. Neste período, é considerado um verdadeiro “mago da ironia”, e defende que a melhor forma de atingir os seus objectivos é não atacar os indivíduos mas as situações, articulando de uma forma coerente título e legenda.

Em 1910, muda-se para Lisboa, onde irá prosseguir estudos em Medicina Veterinária, juntando-se a Stuart de Carvalhais, Jorge Barradas, Pacheko, António Soares e Almada Negreiros, com quem funda a Sociedade dos Humoristas Portugueses.

Na segunda fase, a partir de 1913, o traço evolui para um certo expressionismo, próximo da corrente austríaca do mesmo período, nomeadamente Schiele e Kokoschka. Afasta-se dos humoristas, embora continue a apresentar-se nas exposições dos modernistas.

Na terceira fase, afasta-se da caricatura e envereda pela pintura. Senhoras à Mesa de Café, de 1919, revela a face de um mundanismo que criticava, num jogo de sedução e crueldade. A violência do tratamento do suporte, a definição brutal dos contornos das figuras e o cinismo que transmitem entram em consonância com as cores frias aplicadas no vestuário, que, por sua vez, contrasta com o vermelho dos lábios, concedendo-nos a ilusão da vida nocturna e de todos os seus cenários de engano. As regras da representação tornam-se instáveis nos ângulos agudos e oblíquos, como se verifica na mesa e nos elegantes copos. Retoma aqui o tema mítico do eterno feminino cruel, nas poses refinadas destas mulheres, com frios objectos de ourivesaria, em atitudes de conspiração e intriga. A mão de uma das personagens assemelha-se a uma pistola, tornando-a cúmplice de crimes premeditados, que se festejam com sorrisos maliciosos. Esta pintura é uma das últimas que realizará.

Em 1916 é incorporado no exército e, no ano seguinte, no Corpo Expedicionário Português, para combater na Primeira Guerra Mundial. Neste período, até à altura do Armistício, em 1918, quando regressa a Portugal, realiza uma série de croquis que relatam cenas de guerra(*), tratados com uma espontaneidade instantânea, como se fossem feitos por um repórter de guerra.

Em 1919, inicia-se uma outra fase: parte para Lourenço Marques, Moçambique, começa aí a sua retirada do meio artístico e exerce a sua profissão de médico veterinário. Este abandono definitivo da carreira artística, que ficou de certa forma mitificado, revela uma atitude que não deixará de se revestir de uma consciência moderna, de um desencantado niilismo.
CARLA MENDES
In
http://www.camjap.gulbenkian.pt/l1/ar%7BD2B27546-03B0-4185-A5F8-0B5ACC3E203C%7D/c%7B342aa3de-ff90-4fdc-9aa3-0f1d507b3275%7D/m1/T1.aspx
(*) Ver: Rodrigues, António, 1956-2008-  Christiano Cruz - Cenas de Guerra
» Consultar também, Gonçalves, Alda - Toponímia de Leiria - 2005, JFL (pág. 141)

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Friday, March 05, 2010

Destruição de livros pelas Editoras


Na capa do jornal I de hoje.


Já se sabia, mais ou menos veladamente, que as Editoras utilizam este processo para se desfazerem de milhares de livros que não conseguem escoar através dos circuitos comerciais.

Dificilmente se poderá aceitar que esta prática das Editoras tenha que ser a derradeira decisão para desocupar os armazéns dos seus livros por vender.

Tanta biblioteca, quer no território português quer nos restantes países lusófonos, para não falar de outros países em que se falam outras línguas, que receberiam esses livros de braços abertos!

Nesta oportunidade desde já me apresento como voluntário para receber uma parte desses livros e proceder à sua distribuição gratuita ou a preços simbólicos, em condições a combinar.

Destruir livros por mera estratégia mercantil?

Inadmissível!
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Wednesday, December 16, 2009

Da Ilha de Moçambique, com amor pela Língua Portuguesa


Porque sinto a Ilha de Moçambique - que conheci em 1970 - como se lá tivesse deixado uma parte do meu ser Cósmico e Lusófono!...



Excerto do excepcional texto do Prof. Dr. Fernando Baptista
Da náutica dos mares... à «coyta de amor»
do «cuydar» da nossa língua.(1)
inserto no Boletim Nº1 da ACLAL de Novembro de 2009. (*)

(…)
1.1. A palavra dos grandes poetas e escritores da CPLP e a língua portuguesa como insuperada
memória e arquivo dos legados fundamentais duma cultura polifónica, inter-continental e
inter-oceânica

"Sopro pulmonar tornado paixão / de música", a inspirar "a escrita suprema de imaginar por música as coisas"2 e a transmudar-se em "ânfora cantante"3, é A PALAVRA plasmada nos textos dos grandes poetas e escritores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) que, mais do que nenhuma outra palavra, transporta elevatoriamente a nossa língua, fazendo-a ascender à sua mais alta potência comunicacional, noética e semiósica, à sua mais acabada configuração estético-literária e à sua mais dilatada e globalizada projecção cartográfica, resultante daquela que foi e, em certa medida, ainda continua a ser a sua odisseica navegação, errância e diáspora pelas sete partidas do mundo...
(…)

1) O presente texto reproduz, no essencial, uma conferência proferida em 20 de Maio de 2009, na Cidade da Beira / Moçambique, na Delegação do Instituto Camões.

3Na graciosa e «arqueológica» metáfora grega de Alberto de Lacerda
Oferenda I, Lisboa, IN.CA, 1984, poema “Esta língua que eu amo»,
pp. 316-317. Carlos Alberto Portugal Correia de Lacerda, de seu nome completo, nasceu na Ilha de Moçambique, em 20 de Setembro de 1928, e faleceu em Londres, em 26 de Agosto de 2007.
(*) Pode-se ler na íntegra, este e outros belos textos de apologia da Língua de Camões, a partir do lugar da internet (aqui).
Ver também o blogue da ACLAL – Academia de Letras e Artes da Lusofonia.

Sunday, September 27, 2009

José Craveirinha - Encontro de Poetas em Alcanena


A presidir a este encontro de Poetas, os Drs. Daniel Café e Óscar Baptista, na Biblioteca Municpal de Alcanena.

A brochura sobre José Craveirinha, 24 páginas A5, que foi distribuída aos presentes, entre os quais se encontrava a Delegação de Leiria, constituída por mim, Zaida Paiva Nunes, Soares Duarte e Luísa Soares Duarte. Uma das facetas interessantes, destes encontros mensais de Poetas, é o escalão etário de muitos dos participantes. Tenho pena de não me poder alongar muito em pormenores sobre este encontro mas aqui ficam os documentos fotográficos, que já muito poderão dizer, por ora.

O snr. Manuel da Gertrudes, poeta, 95 anos, a ler o manuscrito de um seu poema recente.


O mote principal para este encontro foi o maior Poeta Moçambicano, José Craveirinha. Mas também houve ensejo de se falar do Movimento Elista Internacional, que , nos próximos dias 1, 2, 3 e 4 de Outubro, no Palácio da Independência ao Largo de São Domingso, em Lisboa, levará a efeito a XXVI Convenção Internacional da Comunidade Lusíada".
-
A propósito de José João Craveirinha ( Lourenço Marques, 28 de Maio de 1922 - Maputo, 6 de Fevereiro de 2003) falou-se da sua Biografia ( de destacar a sua própria "Auto-Biografia", uma obra de inestimável valor literário e sentimental) e de muitos dos seus poemas, tendo-se dado especial ênfase:
- Um homem nunca chora
- Reza, Maria
- Sementeira
- Ao meu belo pai ex-imigrante
- O meu luto


Pela minha parte, gostaria de aqui vos deixar:

Imprecação

... Mas põe nas mãos de África o pão que te sobeja
e da fome de Moçambique dar-te-ei os restos da tua gula
e verás como também te enche o nada que te restituo
dos meus banquetes de sobras.


Que para mim
todo o pão que me dás é tudo
o que tu rejeitas, Europa!

Nota à margem - enquanto componho esta nota, lá dentro, na sala onde está a Televisão, ouve-se José Sócrates, a fazer o seu discurso de Vitória, nas Eleições Legislativas Portuguesas, que tiveram lugar hoje.
A ver vamos como é que se vai Governar Portugal a partir de agora com o Parlamento muito mais fragmentado que até aqui. PS sozinho como no tempo de Mário Soares? Durante quanto tempo? Com que apoios parlamentares? 


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Wednesday, July 22, 2009

VIVA LEIRIA - Vivam os choupos do Largo Cónego Maia

VIVA LEIRIA

Um slogan sugestivo! Apelativo!

E temos razões para satisfação por vivermos em Leiria:

1) Hoje tivemos o privilégio de estar à conversa com Mia Couto, na Livraria Arquivo, em Leiria. Fiquei encantado com a sua candura, simplicidade e com a enchente de leitores seus admiradores. O espaço da Livraria estava todo tomado, até à escadaria e até ao rés do chão. Falou-se especialmente do seu novo livro: "JESUSALÉM".
Em dado passo, apreciei a sua forma fácil de explicar porque é que os Moçambicanos não sentem necessidade de contar anedotas sobre os Portugueses como acontece com os Brasileiros. É que os Brasileiros ainda não conseguiram cortar o cordão umbilical com Portugal. O Brasil é independente porque foram os portugueses, eles próprios, que deram início a uma nova Nação. Foram os Portugueses que iniciaram a construção da grande Nação Brasileira. E Viva o BRASIL!

2) Soube hoje, através duma entrevista que o Diário de Leiria(*) me fez, que a requalificação do Largo Cónego Maia vai ter início na próxima semana. O projecto inicial não sofreu alterações de fundo, mas houve a serenidade e consciencialização ambiental suficientes para permitir alterar um aspecto, para mim e muitas mais pessoas, fundamental.

NÃO SE VÃO ABATER OS DOIS CHOUPOS que já lá estão há quase 100 anos!

Por isso, repito: VIVA LEIRIA!

(*)(ler artigo aqui)

Tuesday, April 21, 2009

Onde está o 25 de Abril?!...

Como imaginam que devem estar os corações dos que acreditaram nos ideais subjacentes a uma Revolução, que só a força imparável do Povo, levou avante! A revolução dos Cravos? A revolução da Liberdade? A Revolução da Paz?
E o Tempo, o que nos trouxe?
PAZ, PÃO, SAÚDE, SOLIDARIEDADE?!...

Eu queria acreditar que andei mais de 25 anos a lutar por uma causa, que não era fácil, nem milagrosa, bem o sabia!...

E agora?...O que é que podemos esperar do futuro de Portugal, passados estes anos todos?
Fui mobillizado com 21 anos para Moçambique. Entretanto, raramente alguém nos dava emprego enquanto não estivéssemos livres do serviço militar. Parece que me estou a ver entrar no Convento de Mafra, onde estava aquartelada a Escola Prática de Infantaria, depois duma viagem em que me meteram num comboio rumo ao desconhecido, para me prepararem para a Guerra, que era o nosso passo obrigatório, ou para a Morte, de milhares de jovens, ou para o começo da vida para os sobreviventes. Hoje, esses sobreviventes, continuam a lutar para que lhes seja reconhecido o tempo de serviço militar para efeitos de cálculo do valor da reforma, que o tempo já o aceitaram para esse efeito. Só que não se come o Tempo!... E quantos veteranos dessa famigerada guerra colonial não morreram já, sem que lhes tenha sido dado o devido reconhecimento?

Desgraçadamente sinto que não conseguimos preparar um Futuro mais risonho e próspero para os nossos filhos e para os nossos netos!
É com amargura que antevejo que se tem de começar quase tudo do princípio. É certo que vamos comemorar o 35º Aniversário da Revolução dos Cravos num ambiente dramático de Crise global. Mas nós, portugueses, estamos numa situação extremamente complexa, que nos vai obrigar a um esforço maior que muitos dos outros povos, incluindo os da Comunidade Europeia.
Claro que não vamos baixar os braços!
Mas já estamos cansados de apertar o cinto...alguns de nós...a maioria...

Quem sabe se umas chineladas das gerações dos nossos netos não surtissem efeito? Pelo menos teriam o condão de envergonhar alguns dos que, desde o 25 de Abril de 1974, outra coisa não têm feito que andarem a viver à custa do Orçamento!...

Há muitos anos que perdi o entusiasmo de usar o Cravo vermelho no 25 de Abril!
Não sei que força, agora já a envelhecer, me está a dar, que o vou colocar este ano, bem à vista, na lapela do casaco!...

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Tuesday, April 07, 2009

Ilha de Bazaruto - Moçambique - poema na II Antologia de poetas lusófonos

Que me desculpem todos os poetas que participaram da II Antologia de poetas lusófonos, edição da Folheto - Edições & Design, 2009, oriundos de variadíssimos países, alguns que nem são propriamente os históricos países de língua oficial portuguesa. Sabendo que o Editor e o autor me concedem tacitamente este privilégio.
Transcrevo o poema de Isaías Gomes dos Santos. E permito-me subscrever o sentimento por Moçambique, que dele emana com tanta nostalgia! A fazer-me recordar Nampula, Ilha de Moçambique, Tacanha, Maputo (nos anos 60!)...o nascimento da minha filha Inês (Nampula, 1969), hoje mãe de dois outros amores da minha vida: a Mafalda e o Guilherme.

NO BAZARUTO, MOÇAMBIQUE

No Bazaruto
sopra forte o vento
e o que escuto
não é um lamento
mas uma saudação.
.
Ribomba forte o trovão
em toada frenética e repetida
grinalda rica e bem tecida
imposta no peito de nossas gentes;
manifestações claras e eloquentes
do que ficou na alma e no coração.
.
Lugar único de cumpleaños
assim entendeu a manuela
o Carlos Dias e também ela;
deste paraíso terreal
ficámos todos, afinal,
cativos para sempre e todos os anos.
.
No Bazaruto
sopra forte o vento
e o que escuto
não é um lamento
mas uma saudação.
-
nota: A pequena ilha de Bazaruto fica na parte Sul da Costa de Moçambique, perto do Maputo.

Monday, April 06, 2009

Mosteiro da Batalha - Apresentação da II Antologia de Poetas Lusófonos

A Orquestra Filarmónica das Beiras em plena actuação nas Capelas Imperfeitas do Mosteiro da Batalha, a anteceder a sessão de apresentação da II Antologia de Poetas Lusófonos
Já no Auditório do Mosteiro da Batalha.
A Mesa que presidiu à sessão, podendo destacar-se o Director Editorial e autor do Preâmbulo, Adélio Amaro (2º da esquerda para a direita), o Engº Carlos Henriques, Vereador da Cultura da Câmara Municipal da Batalha, o Director do Mosteiro, Dr. Júlio Órfão e o Dr. Arménio de Vasconcelos, autor do Proémio e que dissertou sobre a História da Poesia e a sua influência na Cultura dos Povos em geral e da Lusofonia em paticular. O último da direita é Nuno Brito, Açoreano de S. Miguel, que participou na sessão cantando e tocando à viola várias canções conhecidas, nomeadamente "Amar-te perdidamente" duma telenovela recente da TVI.
Graça Magalhães, natural de Moçambique, residente actualmente em Viseu. A declamar o poema "Mãe".
Carmindo Carvalho de Moimenta da Beira dizendo "Sorriso sarcástico".

(CONTINUA)
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Monday, February 23, 2009

ELOS INTERNACIONAL da COMUNIDADE LUSÍADA


Sabe o que é o Movimento Elista Internacional? (mais)
Sabe que as Bodas de Ouro deste Movimento Lusófono, cultor da Língua e da Cultura Lusíadas, se vão realizar em Leiria, em Outubro do corrente ano? (mais)
-
...
Aguardamos opiniões e sugestões, preparação de teses, comunicações e recomendações (art.º 12.º do Capítulo VI ), conselhos úteis, planeamento - planejamento - para a viagem a Portugal do maior número de Convencionais do amado Brasil, dos queridos países africanos e demais Continentes que a todos queremos como verdadeiros irmãos (Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo-Verde, São Tomé e Príncipe e o sofrido Timor-Lorosae), todos dentro da sala de visitas do nosso coração lusitano, a todos, aqui, saudamos e nos damos a conhecer, oferecendo a nossa casa e a nossa mesa, como é nosso apanágio, como todos sabem.
Que um manto macio, colorido com as cores de todas as bandeiras de todos nós, com muitos elos como moldura, cubra o nosso recíproco sentimento.
O Director da XXVII Convenção ( a das Bodas de Ouro ).
Salvé CE Eduardo Dias Coelho, de Santos para todo o Universo.
ARMÉNIO VASCONCELOS
(in http://elosclubedeleiria.blogspot.com/2009/01/conveno-internacional-bodas-de-ouro.html)
excerto
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Wednesday, January 28, 2009

Sorrisos e Reflexões de um Blogue

No passado dia 25 do corrente mês, o jardim do Seminário Diocesano de Leiria, apresentava-se, assim. Uma acácia mimosa, a remar contra o temporal que se instalou em Portugal, há já mais de um mês. Frio polar, ventos cortantes, chuvas diluvianas, nevões siberianos, estradas cortadas e automobilistas imobilizados e desapoiados. Mas ela aí está. Bonita, como uma acácia mimosa que se preze de o ser. Das primeiras flores do ano a tentarem alegrar-nos a vida. Ou não fosse uma acácia. Qual crise global qual quê?
Que também me trouxe à memória aquelas belíssimas acácias das ruas de Nampula, anos 69,70,71. Coincidências, precisamente hoje, o JL - JORNAL DE LETRAS, uma das referências literárias das letras portuguesas de maior gabarito, publica o seu número 1.000. Para ajudar à comemoração desta efeméride, o JL publica e oferece aos seus leitores um livro de poemas, uma pequena antologia, onde se agrupam alguns dos mais importantes nomes da poesia lusófona e onde se pode confirmar a pujança da criação poética no espaço que lhe é correspondente. Um dos participantes dessa antologia é precisamente Mia Couto com o poema "Viagem". Diz, Mia Couto, nos seus últimos versos:
...
Se chorasse, agora,
o mar inteiro
me entraria pelos olhos
.
De coincidência em coincidência tive conhecimento da existência do livro, cuja capa mostro abaixo. Da Editora "Afrontamento". Encomendei-o. Estou ansioso por ler as palavras que vários autores escrevem sobre Moçambique. Deixarei aqui a devida nota do que, então, ler.


Este post foi inicialmente idealizado para deixar aqui a minha reflexão/congeminação sobre o estado actual do Mundo. De qualquer modo nem tudo podem ser lamentações e apreensões. Temos que aprender a compensar esse estado de espírito com a Vida que brota da Natureza e com as nossas recordações de outros tempos e de outros estados de alma...
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Que Mundo é este?
O que é que se passa? De repente ficou diferente, parece que já não temos confiança em nada nem em ninguém. E começamos a ser tomados pelo medo, quase pânico! Andamos todos à deriva. Será que o campo magnético da Terra perdeu o tino, já não temos a certeza do rumo a seguir?
E nós, aqui nos blogues, a darmos palpites uns, extremamente distraídos outros!
A questão é que alguns de nós, cá nos vamos afadigando em escrever, todos convencidos que podemos dar o nosso contributo para melhorar a vida, nas suas infinitas vertentes.Decerto que vamos conseguindo, com mais ou menos êxito, alertar as pessoas e as instituições, sensibilizando-as para a beleza do nosso planeta, para o que julgamos estar a funcionar bem ou mal em termos de organização da sociedade, a filosofar, a transmitir os nossos sentimentos mais íntimos através da poesia, etc.Será que vai valer a pena todo este esforço? Voluntário? Enquanto nos apetecer? Será que veremos o resultado acumulado de todas as nossas energias direccionadas para estes objectivos mais nobres?Que futuro andamos a construir? O que andamos a fazer deste planeta? A Economia terá de superar a preservação das condições ambientais para que valha a pena viver em harmonia, uns com os outros e com a Natureza?
E agora, que a economia global, num ápice, parece estar a desmoronar-se, por artes mágicas sabe-se lá como e porquê? E o grave da situação é que ninguém parece em condições de resolver em tempo útil o dilema em que nos estamos a colocar. Anda tudo num alvoroço medonho que não augura nada de bom para a Humanidade.
Não podemos baixar os braços, temos que nos animar, temos que voltar a acreditar nos valores morais, espirituais e éticos. É certo que não podemos ser todos materialmente ricos, mas podemos e devemos colaborar na reconstrução duma sociedade mais justa e solidária!
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Tuesday, December 09, 2008

"Rostos de Moçambique"




Ana Roque de Oliveira expõe, até 12 de Dezembro corrente, na Loja JA, do IPJ de Leiria, a exposição de fotografia "Rostos de Moçambique", integrada no Ano Europeu do Diálogo Intercultural.
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