No Futebol há os "olheiros" que andam por aí a ver se encontram jogadores da bola para contratar.
Nos blogues também...só que a bola é outra!
In "Abrupto" de JPP:
A Internet e o país em que vivemos
UM:
"Vou passar a Páscoa numa aldeia da Beira-Baixa que tem uma centena de habitantes com uma média de idades superior a 70 anos e onde o único computador existente é o meu portátil - e só quando lá estou.Telefones, há dois ou três; Internet, só existe em dois lugares, a meia-dúzia de quilómetros de lá (na vila), e nem sempre está a funcionar - e muito menos aos fins-de-semana. (Havia um Net-post nos CTT, mas foi retirado). As outras possibilidades (eventuais, pois não sei sequer se existem) são a 25 km, em Castelo Branco.E é num país assim que uns citadinos lunáticos querem que se pague o selo do carro só através da Internet - e outras coisas igualmente sem pés nem cabeça. (C. Medina Ribeiro) "
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OUTRO:
"A possibilidade do «selo do carro» poder vir a ser pago exclusivamente pela Internet motivou um coro de protestos e um sobressalto que atravessou o país de lés a lés. Porque muita gente não tem condições para ter Internet em casa, porque é um acto de liberdade prescindir da ligação à Internet mesmo que se tenham condições, porque um grande número de portugueses não sabe navegar no ciberespaço… Esta é quiçá uma argumentação válida, mas pouco reflectida, pois considero a medida positiva, com exequibilidade e pode significar um avanço civilizacional. Passo a explicar.Para aqueles que estão habituados a lidar com as novas tecnologias, a possibilidade de realizar este serviço no conforto do lar, no local de trabalho, frente a um terminal ligado à Internet é uma bênção. Para todos os outros avessos à utilização das modernas tecnologias de comunicação aos poucos poderão aquilatar das suas vantagens. Se em todas as juntas de freguesia, municípios, em todas as aldeias, vilas e cidades houver pontos públicos de acesso à net e que funcionem devidamente, será incrivelmente fácil implementar a medida em benefício dos utentes e proprietários de veículos que terão toda a comodidade de aceder ao serviço, ultrapassando o desperdício de trabalho e incómodo de se deslocar à Repartição Pública.Os mais distraídos dirão que a medida acarretaria muito investimento dos municípios ou da Administração Central. Também errado. Na prática já existem esses locais públicos de acesso ao ciberespaço que são os denominados Gabinetes de Apoio ao Cidadão (GAC). Estes postos de atendimento nas Juntas de Freguesia foram criados porque não é credível que todas as pessoas tenham proximamente Internet nas aldeias, daí constituírem uma porta para a rede mundial. Infelizmente eles não funcionam e não têm cumprido o seu papel, pois não se demonstra às pessoas a sua utilidade, conforto e facilidade. Os GAC ou afins podem fazer a interface entre a pessoa e o serviço público que está na sede de concelho, de distrito, na capital, etc. para além de todas as outras possibilidades de comunicação. Os serviços públicos de acesso à Internet podem passar para além da iniciativa privada por outras redes de ciberpontos ou tão simplesmente pela itinerância do autocarro camarário pelos locais concelhios.Assim, julgo que será com a obrigatoriedade de aceder a determinados serviços pela rede digital que se implementará uma sociedade mais moderna, informatizada e em consequência se elevará o nível de alfabetização digital da população.(José Alegre Mesquita) "
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asn
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