Saturday, April 30, 2011

Governações X.P.T.O.; ontem como hoje

Já em Abril de 1919 o "Século Cómico", Suplemento humorístico do "Século" (que saudades deste jornal!), então sob a Direcção de Acácio de Paiva, a capa era a que se vê. Ilustrava - desenho do que ficaria para a histórtia como um dos precursores da arte da caricatura em Portugal, Stuart Carvalhais, com toda a certeza, já que ele era o caricaturista de serviço no "Século" - o que se passava em Portugal à época,
o país à nora,
como agora.


José Relvas(*) era o chefe do governo em 1919, depois de ter sido ministro das Finanças do Governo Provisório.
Fez parte do Directório do Partido Republicano que levou a efeito a Revolução de 5 de Outubro de 1910.


Repare-se como já nessa altura se usavam as siglas X.P.T.O. Hoje - quase 100 anos volvidos - novamente tão em voga!


A história a repetir-se?!...
-
Acácio de Paiva foi um Poeta humorista, Prosador de grande prestígio, Jornalista de referência, Crítico literário de nomeada, escreveu inúmeras obras de Teatro, algumas levadas à cena em Teatros como o ABC, Trindade, Politeama, escreveu contos em versos para crianças, tem composições musicadas (O fado Liró cantado por Fernanda Maria, por exemplo), etc.
Nasceu em Leiria, no Largo da Sé, nº 7,  em 14/4/1863 e faleceu, com 81 anos de idade, na sua casa das Conchas, no Olival -  Ourém, em 29/11/1944.
Está no prelo mais um livro monográfico em sua homenagem, iniciativa editorial da Junta de Freguesia de Leiria, a sair à estampa muito brevemente.
Neste blogue podem consultar-se alguns registos sobre Acácio de Paiva seguindo este link.
-
Hoje, 1 de Maio de 2011, na Biblioteca Municipal de Alcanena, pelas 15 horas, um Grupo de Poetas de Alcanena e de outras localidades, vai-se juntar em mais uma sessão mensal de poesia. 
O Poeta a estudar vai ser precisamente Acácio de Paiva.
A "brigada de Leiria" lá estará, com vem sendo habitual, agora por maioria de razões.
-
(*) http://www.republica2010.com/figuras/figuras_joserelvas.php
Leiria, 1/5/2011- 04h28
@as-nunes
Posted by Picasa

Friday, April 29, 2011

Lourais - Barreira -Leiria e as suas Rosas







Os olhares dos Lourais
Nesta Barreira altaneira
Nestas rosas sensuais
Mesmo aqui à minha beira


antónio nunes
(...)
Quantos versos mais não se poderiam escrever em homenagem a estas e outras rosas, de cá e de lá, do outro lado do Lis!?... 
@as-nunes
Assim,


As palavras,
escorregadias
nuvens aladas
quais enguias


aí vão elas
rio abaixo
tão singelas
num fogacho


não me fugissem
me permitissem


a todas as rosas
dedicar
um poema
até ao fim...


Posted by Picasa

Tuesday, April 26, 2011

Cortes - Leiria: Quinta do Cónego

foto 1

foto 2


foto 3

foto 4
foto 5


foto 6
foto 7


foto 8

foto 9
De há uns anos a esta parte que, sempre que consigo obter elementos identificativos sobre as muitas - históricas e românticas quintas, de várias localizações, claro, particularmente de Leiria -  os partilho com os leitores deste blogue.
Desta feita, divulgo alguns pormenores que reputo interessantes, acerca duma quinta que há muitos anos conheço, de ver por fora, ao passar na Estrada Principal das Cortes, a que liga a Ponte Cavaleiro à povoação das Cortes propriamente dita.
Trata-se da Quinta do Cónego, sobre a qual não encontrei referências mais precisas (talvez pela leitura apressada que fiz dos dois volumes "ReCortes do jornal daí"(*) ed. do "Jornal das Cortes", 1997(vol 1) e 2007(vol. 29) e do tempo escasso que possa ter dedicado a esta matéria. 


(*)Aditamento, 29-04-2011-14h gmt:
Podem-se ler, nestes livros, vários textos, que me escaparam na tal leitura rápida, nos quais se aborda a possibilidade (quase certeza) de esta "Quinta do Cónego" , na sua versão anterior à actual,  com todas as suas envolvências, ser uma referência importante do enredo do romance de Eça de Queiroz, "O Crime do Padre Amaro". Eça identifica esta quinta, no seu romance, como a Quinta da Ricoça, que pertencia ao  Cónego Dias e que ficava nos Poiais. 
Ora, a Quinta do Cónego, da altura, pertencia efectivamente ao Cónego Lemos. A sua localização tem muito a ver com o micro-topónimo Pousias, ali mesmo na extrema Norte das Cortes.
Como se pode inferir do que se escreve no  I vol. das obras referidas, a pp 249 a 259, (J.C. de Janeiro a Junho de 1991, Carlos Fernandes, de Julho de 1990 e de Dezembro de 1995, Manuel Paulo Maça).  


Penitencio-me, desde já, pela minha ingratidão face a tão meritório trabalho, se a minha busca se vier a revelar insuficiente, o que é quase certo acontecerá. Se assim for, muito agradeço a indispensável achega, para que esta minha contribuição possa ser de mais utilidade para os navegantes/investigadores que estejam a vogar nesta onda da web.
-
O projecto de arquitectura do edifício principal da Quinta é da autoria do célebre Arquitecto intimamente ligado a Leiria, que foi Ernesto Korrodi. Aliás, basta observar com um mínimo de atenção, o estilo desta obra para  que se lhe pudesse ser facilmente atribuído, ainda que referência a esse facto se possa ler no painel de azulejos que se pode ler na foto 4. Cabe, nesta oportunidade, fazer alusão à discrepância de datas que se observam numa lápide que encima a porta principal de entrada do edifício (foto 7, em que se diz que a   construção foi feita em 1919 e a foto 4, em que essa mesma data é reportada a 1922. Provavelmente, isso significará que a traseira da casa terá levado mais 3 anos a concluir-se).
As características típicas da arquitectura de Ernesto Korrodi - de que existem vários exemplos em Leiria - referem-na como arquitectura civil revivalista, Arte Nova, traço romântico. 
A planta é rectangular, bastante irregular e com cobertura em vários telhados, de 3 e 4 águas.
-
Muito próximo desta Quinta, cerca de 200 metros a Sw, está referenciada uma importante Estação Paleolítica - a da Quinta do Cónego, Cortes, lugar de Pousias, estrada da Ribeira.
Esta estação, actualmente praticamente desactivada, foi investigada por diversas vezes, no âmbito do estudo de ocupações paleolíticas da bacia hidrográfica do rio Lis.
Há materiais lá recolhidos, depositados no Museu Nacional de Arqueologia e Etnologia.
-
Seguindo este link pode aprofundar-se a matéria relativa às escavações arqueológicas atrás referidas.
Leia-se "Intervenção Arqueológica na Estação Acheulense da Quinta do Cónego, Pousias - Cortes - Leiria" da autoria de João Pedro Cunha Ribeiro, Assistente da faculdade de Letras da Universidade do Porto.
As conclusões deste estudo são muito interessantes tendo em conta que nele se evidencia a presença do Homem Paleolítico nesta zona do rio e do vale do Lis.

Posted by Picasa

Sunday, April 24, 2011

O Cravo e a Rosa

Inesperadamente, no meio das folhas duma «Selecta Literária» antiga, eis que encontro esta reprodução duma pintura com a boca.
Tão fresca que ela estaria nessa altura!
Será possível a reconciliação entre o cravo e a rosa?!...
Ou os ideais simbolizados por aquele cravo não passaram de uma utopia que fez sonhar uma geração?!...
-
Posted by Picasa(clic nas fotos  para ampliar)

Friday, April 22, 2011

Os Livros e as Rosas

Estou a tentar seguir o fio condutor do pensamento conservador, na óptica dum célebre autor americano.

Dias de temporal, veja-se o ar carrancudo do horizonte, na direcção das Cortes - Leiria, Sra. do Monte e Serra da Maúnça, quem está a olhar do lado da encosta onde assenta toda a freguesia da Barreira.

A beleza ímpar desta rosa, um amarelo nítido e fantástico!



Que o branco angélico destas rosas possa ser prenúncio de dias de paz para Portugal e o Mundo.
Neste dia tempestuoso, em que se comemora o Livro, como instrumento primordial da transmissão do pensamento, não resisti a dar visibilidade à Natureza e a alguns os seus retratos mais característicos desta época do ano.
-
Hoje, 23-4-2011 pelas 11h00, na Rádio Batalha, no programa de Soares Duarte, fala-se de Livros, enquanto se saboreiam umas amêndoas da Páscoa. Zaida Nunes vai intervir. Este vosso amigo também. Incidirei essa passagem pela rádio fazendo referência ao conteúdo agora e aqui exposto. Sucintamente, claro. Nada nem ninguém pode substituir um bom livro.
@as-nunes
Posted by Picasa

Bom fim-de-semana prolongadíssimo!...| KANIMAMBO, João Maria Tudela!


Kanimambo, João Maria Tudela! Uma voz e uma recordação eternas!... (deixou o mundo dos vivos, hoje, com 81 anos)
Kanimambo, Moçambique, por ter ficado a conhecer uma terra tão mítica, que me ficou para sempre no coração. Maputo (então, Lourenço Marques), Quelimane, Beira, Nampula, Ilha de Moçambique, Praia da Choca... (1969-1971)
---
(clic para ampliar)
A gerência desta casa deseja a todos os seus visitantes e amigos que gozem um bom fim-de-semana prolongado!


Contas feitas dá:
5ª feira à tarde (com um jeitinho ficou todo o dia), Sexta-Feira Santa, Sábado, Domingo de Páscoa, Segunda-Feira (Viva a Revolução dos Cravos)


ou seja, 5 dias seguidos...


Bem, convém que a malta venha com vontade de retomar o trabalho na próxima Terça-Feira
(tinha escrito originalmente, "Quarta-Feira", tal era a embalagem!...não fora o Luís Coelho a alertar-me, ainda choviam reclamações e a gerência ficava em maus lençóis, até porque podia ser acusada de difamação)
@as-nunes
Posted by Picasa

Tuesday, April 19, 2011

Oitenta e nove mil metros quadrados. E um país por achar neste país.



O LONGO SONO

Depois da tempestade
o longo sono.
Os tributos. A fome.
E o estrangeiro por dono
deste país que já não tem no nome
a independência da palavra liberdade.

in 
o CANTO 
e as ARMAS

Manuel Alegre,1970

Posted by Picasa

Sunday, April 17, 2011

O mundo às avessas?!...


O Mundo às avessas?!...
Anteontem, a olhar a Lua em Quarto-Crescente, no lugar de Lourais, Barreira, Leiria. Que horas seriam?!...
-

A S&P manteve o “rating” dos EUA em “AAA”, mas reviu em baixa o “outlook”. A notação de dívida da maior economia do mundo está sob vigilância “negativa”, quando estava “estável”, de acordo com a Bloomberg.

O mesmo é dizer que a perspectiva da S&P para os EUA é de corte de “rating”.

(Notícia em actualização)   

Jornal de Negócios - Sara Antunes
às 16hoo gmt de hoje, 17-04-2011 
As Bolsas estão todas em queda abrupta.
Mais uma Batalha importante da III Guerra Mundial?
Posted by Picasa

Friday, April 15, 2011

Dentro de ti, ó Leiria: as árvores

 Pormenor das folhas dum Carvalho alvarinho, muito jovem, o Quercus robur
 Folhas de tília, aquela mais verde e vistosa, plantada na esquina do Jardim Luís de Camões, Leiria, com o Largo do Papa e a "estrada da Figueira"... 
Não me canso de a olhar, quase diariamente, já ao longo de muitos anos.
Um pormenor de um dos recantos de maior encantamento de Leiria. Do jardim Luís de Camões, quem olha para aquele conjunto de árvores logo acima da fonte/cascata, que, com o decorrer dos tempos, já nem se percebe muito bem o que é: um lago sem vida, um conjunto de repuxos inactivos, uma fonte em cascata que não o é, uma reminiscência do passado romântico daquele local, o que será? 
O conjunto é das minhas recordações daquela zona de Leiria que mais vezes tenho fotografado. Acompanho, todos estes últimos anos, a evolução daquele local, com muita regularidade. Até dou pela falta de uma faia que deixaram secar, de tantas barbaridades que ali são cometidas aquando da montagem de barracas ao longo do Marachão para várias actividades. As árvores são utilizadas para as mais diversas finalidades, até para pregar ferros, holofotes, contadores de electricidade, etc.
Este conjunto arbóreo é dos mais diversificados e harmoniosos de Leiria:
- dois padreiros, falsos plátanos 
- dois Ácer negundo
- uma tília
- uma faia púrpura
- uma melia azedarach
- um liquidâmbar
- a saudade da outra faia, agora está lá o sítio, não houve a preocupação de lá plantar outra em sua substituição.


Em tempos de FMI em Portugal!...


@as-nunes

Wednesday, April 13, 2011

Nós por cá não queríamos o fmi

 Ao cair da tarde. Lourais, na parte da Barreira - Leiria, uma pequena tira ao longo da rua. É que os Lourais dividem-se nos favores de pertencerem ou à Barreira ou às Cortes. Para nascente, as Cortes, Sra. do Monte, Serra da Maúnça, o vale do rio Lis, de permeio. 
Da rua, que separa as duas  freguesias, num pequeno lanço, tiro umas quantas fotografias, antes de entrar em casa...
-
 - rosa encarnada...ou grená?, as duas cores, fiquemos assim 
- uma figueira de figos escuros, já a fazerem-se e a mostrarem-se. Temporãos... 
-estevas de flor pequena branca
- o céu para lá da chaminé de casa (já dentro de portas) e da Lua em quarto-crescente 





Lá fora, ooooooo EfffffMiiii ...


Monday, April 11, 2011

O FMI e as nossas Estevas

(vale a pena ampliar)
Na Rua do Barreiro, Pousos, descendo à Rua da Lapa, logo a seguir a Ribeira do Sirol, ao lado a variante Olhalvas, Pousos/A1
-
O FMI anda por aí 


As estevas estão aqui, 
à nossa beirinha, 
como sempre, 
todos os anos. 


Prazerosas, 
vistosas; 
são nossas, 
estão viçosas. 


Assim estivessem as nossas Finanças!...


@as-nunes

Sunday, April 10, 2011

Rádio Batalha: Conversas e Ideias (algumas, 11-04-2011- 17h30/17h50)

na Rádio Batalha, programa "Conversas e Ideias" de Soares Duarte. 
-


Caros amigos
Caro Soares Duarte, particular amigo


Desculpe lá, Soares Duarte, estar a antecipar-me ao programa em rádio. Mas que raio de originalidade, há-de estar a pensar para com os seus botões!...
Pode ficar descansado que não lhe tiro a audiência. O que se segue é só um guião e o tema é incontornável na rubrica em causa. Além disso, os ouvintes do programa sei eu que serão em número muito superior aos leitores deste modesto e disperso blogue (na mente do seu autor e na própria blogosfera).




Aqui vai o que me ocorre agora escrever. Pode ser que me possa servir de guião... (11-04-2011- 17h30/17h50 aqui ou 104.8 Mhz)
(guião... nunca se sabe as voltas que um programa de rádio em directo possa dar. Basta haver um telefonema ou uma notícia de última hora para as coisas terem de levar um rumo diferente. Aí virá ao de cima a experiência e saber de Soares Duarte. Sem «stress»... )


A questão é que há sempre muito que conversar e o tempo de antena é limitado. Face à actualidade do nosso país, que não nos faltem ideias, as mais apropriadas para levarmos as nossas vidas a bom porto. 
O mar está alteroso! Perspectivas de Maremoto?!  
Haja Fé, por São Jorge, por Portugal, que estamos na Batalha e o espírito de D. Nuno Álvares Pereira ainda nos há-de guiar a bom caminho!... A Fé nos há-de salvar, assim nós ganhemos juízo, os nossos políticos que acertem o passo, que a batalha que aí vem vai ser dura.
Temos que a ganhar!... Temos que voltar a juntarmo-nos num quadrado (ou num rectângulo) e usar a táctica da "União faz a Força!".


O momento actual que se vive em Portugal e na Europa (aliás, em todo o Mundo) é de muita perturbação, perplexidades e muita ansiedade. 


Temos aí à porta o FMI, uma sua delegação já está previsto aterrar em Lisboa, para se instalar no nosso Ministério das Finanças, na próxima Terça-Feira. 
Essa delegação é composta:
pelo FMI, 
pelo Banco Central Europeu 
e pela Comissão Europeia. 
Ou seja, cá estamos nós a entregarmos o arrumar da casa aos estrangeiros! Esta UE tem que ser reformulada com urgência. Só vejo uma saída. Passarmos a Federação de Estados, em que a Solidariedade entre países ricos e pobres não seja uma palavra vã.

Estive a ouvir na SIC o Telejornal das 20 horas, o tal do horário dito nobre.


Fernando Nobre aceitou o convite para ser cabeça de lista pelo PSD para a próxima campanha eleitoral. Fiquei surpreso. Francamente. E pela negativa. Fernando Nobre está a ser, para mim e creio que para muitos dos que se habituaram a ver nele, um carismático paladino por campanhas de solidariedade internacional, através da AMI, uma grande decepção. Quem não conhecia esta sigla? Será que a AMI tem os seus dias contados?
Será por isso que Fernando Nobre se virou, nos últimos anos, para a política activa?
 Independente?!
Percurso muito sinuoso, confuso, incompreensível, talvez algo incongruente: mandatário por Mário Soares à Presidência,  pelo BE, Independente às últimas Presidenciais (fica a ideia de que para dispersar os votos de Manuel Alegre). Algo de muito nubloso, parece-me a mim.
Aparece agora como número um pelo PSD, Lisboa, com a promessa de assumir a Presidência da Assembleia da República, caso este partido ganhe as eleições e tenha capacidade para eleger na AR o Presidente.
Já repararam que um candidato às últimas Presidenciais, derrotado pelo actual, pode, em caso extremo, ocupar o cargo de Presidente da República? Se o PSD ganhar as próximas eleições, claro. E com margem folgada. O que não é, ainda líquido, diga-se.
NB.: Do Facebook também comungo deste veemente protesto de indignação!... 
-
Há umas horas atrás deixei escrito, em comentário a uma nota publicada no blogue do Clube dos Pensadores, o seguinte, acerca do Discurso de Sócrates no encerramento do Congresso do Partido Socialista:


Gostei do discurso de José Sócrates. Foi decidido, incisivo, será que tem quem o acompanhe na Oposição, na cruzada do apoio externo, que aí está à porta, já à espera que ela seja aberta?

Aquela parte em que declara, peremptoriamente, que o seu Governo de Gestão vai liderar as conversações com a UE em vista o Auxílio Financeiro, deixou-me em suspenso. Pela forma como foi feito este anúncio.

Porém, não percebi muito bem como é que o Governo (de gestão) vai gerir as medidas a serem tomadas no âmbito do pedido de Auxílio à União Europeia e, consequentemente, ao FMI, e depois informa a oposição. Não ouvi Sócrates a dizer, taxativamente, que vai contar com o acordo prévio do Presidente da República.
Claro, já estamos em campanha eleitoral, mesmo assim Sócrates parece que já está em campo de caça, que acaba por não se perceber muito bem, se é a presa ou se é o caçador.

Sinceramente, estou a ficar preocupado porque não se antevê nenhuma disponibilidade imediata para o Indispensável Diálogo entre o Governo, a Oposição (toda) e o Presidente da República.

Quer dizer, será que o ainda PM demissionário, terá que avançar sozinho e com todas as precauções a olhar para o que aparecerá por detrás dos arbustos/moitas?!

Como é que o Snr. Presidente da República vai gerir esta situação crítica que os partidos lhe estão a colocar? 

Temos PR ou só retórica e fogachos?

É que se vão levantar múltiplas questões, que terão de ser ultrapassadas com rapidez.

Vai ter de haver muita frieza e sentido de Estado por parte das Direcções de todos os partidos, pelo menos da parte dos que melhor (em teoria pelo menos) se posicionam para virem a assumir-se como Governo pós eleições.

Teremos PR e Partidos à altura das circunstâncias deste momento decisivo para o futuro dos portugueses?

-
A verdade é que, chegados a este momento crucial em que temos de começar a discutir a forma que vai assumir a ajuda do FMI (ainda que através do FEEF) os partidos parece que nem sequer têm tempo para pensar na gravidade extrema da situação com que Portugal está confrontado.


Muito se disse, a começar pelo Presidente da República, que os partidos da Oposição têm de se juntar em esforços ao Governo de Gestão para se assentar urgentemente até onde é que estamos na disposição de ir em termos de imposição de medidas de austeridade aos portugueses. Parece que a Comissão de Resgate (chamemos-lhe assim) já vem, como ponto de partida, com as medidas preconizadas pelo chamado PEC IV, que foi chumbado liminarmente pela Assembleia da República e que determinou a demissão do Governo. Assim sendo, neste momento temos um Governo de Gestão, que é o mesmo de antes daquele chumbo na AR. Ou seja, como é que se vão processar as negociações?


A Oposição liderada pelo PSD, que discordou em absoluto com o PEC IV, vai agora aceitar essas medidas e outras mais gravosas que serão impostas pelo FMI?
Se sim, porquê a pressa em derrubar o Governo num momento tão complicado?
Se não, como vai o País sair da embrulhada da Dívida Pública em que estamos metidos?
É que em Junho, teremos que reembolsar aos credores internacionais, pelos menos 5.000 Milhões de Euros.


Pelas contas que têm transparecido para a opinião pública não temos qualquer possibilidade de honrar esse compromisso, sem ajuda externa. O FMI (ainda que o PR tenha feito uma grande questão em frisar que não se trata do FMI mas sim do FEEF(*)), já nós próprios sabemos - pela experiência de 77 e de 82 - , não  brinca em serviço.
Vão-nos impor as suas regras. Ponto final.


O que é que podíamos fazer, em contraposição?
Só podíamos fazer uma coisa. Dizer aos credores. Não pagamos. Não temos dinheiro. 


O que é que poderia resultar dessa atitude? 
Aquilo a que se chama BANCARROTA. 
Quer dizer, não pagávamos o que devemos ao estrangeiro e teríamos que nos governar sozinhos, sem dinheiro para comprar bens essenciais sequer, porque a nossa economia está de pantanas, como já se devem ter apercebido. 


No limite o que é que nos aconteceria?
Iríamos passar muitas necessidades, talvez mesmo fome, muitos de nós, a maioria esmagadora dos portugueses, com toda a certeza. E teríamos que reformular toda a nossa maneira de viver, aquela para a qual nunca tivemos condições, mesmo quando entraram milhões na altura do processo de adesão à CEE. (Que é feito de uma grande fatia desse bolo? Foi esbanjado, mal gerido, quiçá desviado para fins menos lícitos). 


Bem podemos argumentar que nos têm andado a enganar!
 Que nunca estivemos bem de Finanças!
E a verdade é essa. Temos vivido nestes últimos 30 anos, sempre em situação de Déficits Orçamentais. Que fomos gerindo com dinheiro emprestado pelo exterior. E os Déficits sempre a acumular. Ano após ano.


Perguntar-se-á. 
Então porque é que não se tomaram medidas há mais tempo, antes de chegarmos a este extremo?
A resposta é simples.
Nós.
Todos os portugueses, convencemo-nos que as coisas estavam sob controlo, que podíamos gastar à tripa forra. Ele foi comprar casas com piscina, qual delas mais valiosa ( o banco emprestava a juros baixos e a perder de vista), carros vistosos e potentes ( o banco e os leasings estavam sempre à mão, não havia problema), viagens de férias para países exóticos (os bancos emprestavam), cartões de crédito aos montes (era um fartar vilanagem)
O Estado.
Obras públicas megalómanas, tachos, acessores, secretárias, motoristas às ordens, carros de luxo, festas, viagens por conta do orçamento, aumentos de despesas do Estado sem controlo (ordenados, ajudas de custo, gratificações, despesas supérfluas, muitas sumptuárias, etc etc). Fundações, Parcerias, sei lá!...
E não é só de agora. Tem sido um acumular de mandatos desregrados, como se o OE fosse um poço sem fundo!


O que fazer agora, então?


Se calhar, assim no imediato, haverá que: 
Rezar 
Rezar para que os nossos políticos ganhem juízo, se entendam entre eles e com o FMI de maneira a que os portugueses em geral não sejam obrigados a viver abaixo do que é de considerar decente em termos Europeus,  assumam um compromisso formal de que não vão gastar, na próxima campanha eleitoral, senão o basicamente essencial, o Estado não dê um cêntimo aos partidos, os candidatos que se amanhem, que arranjem o dinheiro que necessitarem para as suas campanhas.
Exigir
Que tão logo as coisas estejam encaminhadas se faça uma Auditoria ao que se tem andado a fazer aos dinheiros públicos, tão mal gastos eles hão-de ter sido e se atribuam as devidas responsabilidades.
-
(*) FEEF - Fundo Europeu de Estabilização Financeira

@as-nunes

Thursday, April 07, 2011

Leiria: A sua Sé Catedral e o Largo da Sé; referências incontornáveis do seu Centro Histórico

Uma goteira(*) da Sé de Leiria, visionada numa objectiva de 300 mm a partir da varanda da "Pharmácia Paiva", 1º andar. 


Pelo Largo da Sé passaram, de certeza,


Acácio de Paiva (aqui nasceu)
Eça de Queirós (aqui trabalhou e escreveu)
Miguel Torga (aqui perto foi médico e escreveu no seu "Diário")


E eu... 


(parece que, estes anos todos passados, ainda os consigo ver, vultos diáfanos, envoltos na palavra escrita, gravada em pedra eterna) 


aqui passo e poiso com frequência. 


Daqui acompanho muitas das evoluções dos pombos, 
de muitas obras ditas de requalificação da Zona Histórica, 
do Estaleiro em que está transformado este Largo, 
dos Áceres abatidos à serra eléctrica 
há uns anos, 
ninhos e poleiros que foram de centenas de pássaros 
(pardais, piscos, pintassilgos...) 
que enchiam os nossos sentidos 
com seus chilreios descontraídos 
e de variadas notas matinais e crepusculares, 
agora Jacarandás
calçada inadequada ao ambiente 
ancestral e místico 
deste lugar.
Também aquela sensacional tília tomentosa, 
as folhas agora a despontar, 
o Jacarandá centenário, 
à sua beira, 
à espera 
que a todo o momento 
as suas folhas lilás 
desabrochem, 
dum dia para o outro, 
só depois é que vêm as folhas rendilhadas...

e não só...
(*) A propósito deste adereço arquitectónico, mais correctamente conhecido por gárgulas, pode consultar-se 
http://www.spectrumgothic.com.br/gothic/gotico_historico/quimeras_gargulas.htm
@as-nunes